Doença não identificada mata paciente e acomete outros seis em Minas Gerais

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 09/01/2020 às 11:03
Exames laboratoriais estão sendo realizados na Fundação Ezequiel Dias. Ainda não há resultados conclusivos (Foto ilustrativa: Freepik/Banco de Imagens)
Exames laboratoriais estão sendo realizados na Fundação Ezequiel Dias. Ainda não há resultados conclusivos (Foto ilustrativa: Freepik/Banco de Imagens) FOTO: Exames laboratoriais estão sendo realizados na Fundação Ezequiel Dias. Ainda não há resultados conclusivos (Foto ilustrativa: Freepik/Banco de Imagens)

Com informações da SES-MG

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs Minas) foi notificado sobre ocorrência de um caso de insuficiência renal aguda com alterações neurológicas de um paciente internado em hospital privado de Belo Horizonte. O registro foi feito em 30 de dezembro. No dia seguinte, apareceu um segundo caso, com os mesmos sintomas, de um paciente internado em hospital de Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais. A partir dessas notificações, o Cievs Minas e o Cievs BH investigam o quadro, a fim de esclarecer o diagnóstico, e buscam novos casos. Até a última segunda-feira (6/1), foram notificados sete casos suspeitos, com sintomas mais precoce, iniciados no dia 19 de dezembro. Na noite da terça (7), um dos pacientes foi a óbito em Juiz de Fora, onde estava internado.

São pacientes do sexo masculino, entre 23 e 76 anos. Cinco moram em Belo Horizonte, um em Ubá e um em Nova Lima. Seis deles estão internados em hospitais da região metropolitana de Belo Horizonte. A média de dias entre o início dos primeiros sintomas e a internação foi de 2,5 dias. Todos apresentam insuficiência renal aguda de rápida evolução (até 72 horas) e alterações neurológicas centrais e periféricas. Exames laboratoriais estão sendo realizados na Fundação Ezequiel Dias (Funed) e ainda não há resultados conclusivos.

Uma força-tarefa foi montada para investigar a situação. É composta por técnicos da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e Cieves Minas, da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (Cievs BH) e do Programa Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS). O grupo se reuniu, na quarta-feira (8), para alinhar informações e dados colhidos até o momento, além de definir os trabalhos nos próximos dias. Foram notificados dois novos casos: homens (56 e 64 anos de idade) moradores do bairro Buritis, que estão internados em hospital particular de Belo Horizonte. Dos nove casos notificados, um foi descartado pelo fato de não apresentar os mesmos sintomas dos demais e por ter doença renal prévia.

Desde que foi notificada, a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte acompanha e monitora os casos, além de investigar os aspectos clínicos, epidemiológicos e sanitários que envolvem a situação. Essa investigação abrange, inclusive, ação dos fiscais sanitários na coleta de alimentos e demais produtos, para análise laboratorial, além de vistorias nos locais de aquisição desses produtos.

Polícia Civil

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que trabalha no levantamento de informações para verificar se o fato tem indícios de crime. As investigações estão em andamento, com a realização de entrevistas, comunicação com outras instituições públicas, entre outras providências pertinentes, primando por procedimentos científicos que permitam analisar se existe nexo entre os eventos e/ou vítimas. Até o momento, amostras de bebidas foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística e estão sendo examinadas. Esclarece ainda que somente será instaurado inquérito policial se houver indicativos de ação criminosa. Outras informações serão divulgadas em momento oportuno.

A SES-MG informa que devem ser imediatamente notificados (em até 24 horas) ao Cievs BH (casos de Belo Horizonte) e Cievs Minas (casos do restante do Estado), pelo telefone e por e-mail, os casos ocorridos a partir de 1º de dezembro de 2019 que iniciaram com sintomas gastrointestinais (náusea e/ou vômito e/ou dor abdominal) associados à insuficiência renal aguda grave de evolução rápida (até 72 horas), seguida de uma ou mais alterações neurológicas: paralisia facial, borramento visual, amaurose, alteração de sensório e paralisia descendente.