Fila de espera: mais de mil pacientes aguardam transplante de rim em Pernambuco

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 12/12/2019 às 17:17
Entre janeiro e outubro de 2019, foram realizados 1.378 transplantes em Pernambuco (Foto: Sérgio Bernardo/Acervo JC Imagem)
Entre janeiro e outubro de 2019, foram realizados 1.378 transplantes em Pernambuco (Foto: Sérgio Bernardo/Acervo JC Imagem) FOTO: Entre janeiro e outubro de 2019, foram realizados 1.378 transplantes em Pernambuco (Foto: Sérgio Bernardo/Acervo JC Imagem)

Em Pernambuco, há atualmente 1.448 pacientes que aguardam um órgão ou tecido. A maior fila é a de rim, com 1.087 pessoas, seguida de córnea (188), fígado (113), medula óssea (29), coração (17) e rim/pâncreas (14). O balanço da lista de espera foi divulgado, na manhã desta quinta-feira (12), durante o evento de comemoração dos 25 anos de criação da Central de Transplantes de Pernambuco, realizado no auditório do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife. Ainda no Estado, desde 2017, o status é de córnea zero. Isso significa que todo o paciente que tem indicação para o procedimento (e os exames necessários para ser inscrito na fila de espera) faz o transplante em até 30 dias.

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Ao longo de 25 anos, mais de 22 mil transplantes foram realizados para salvar diversas vidas em Pernambuco. O maior quantitativo foi de córnea, com mais de 12,3 mil procedimentos, seguido de rim (4,5 mil) e medula óssea (2,7 mil). "Todos esses transplantes só puderam ser realizados com o auxílio permanente de todas as equipes envolvidas no processo, desde o diagnóstico, captação e do transplante, além do trabalho de acolhimento e sensibilização das famílias. Mas nada disso seria possível sem o gesto nobre de solidariedade dos familiares que autorizaram o ato. Sabemos que a doação de órgãos e tecidos ocorre em um momento de dor, mas a autorização mostra a nobreza e a generosidade para que outras vidas possam continuar", afirma o secretário estadual de Saúde, André Longo.

Para a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes, o maior desafio é continuar fortalecendo a política de transplante do Estado, reduzindo o tempo de espera e a mortalidade em lista. "Vamos continuar trabalhando com garra para que a doação seja entregue à sociedade e que cada cidadão tenha seu direito de se tornar doador garantido dentro dos diversos hospitais do nosso Estado", reforça.

No Brasil, a doação de órgãos e tecidos precisa ser autorizada por um parente de até segundo grau do doador. "A doação é um assunto que precisa ser abordado em vida. Estamos permanente, com o auxílio dos veículos de comunicação, levantando esse tema para esclarecer como funciona todo o processo, tirar as dúvidas da população e acabar de vez com alguns mitos que envolvem o tema. Todos precisam ter as informações necessárias para pensar sobre o assunto e poder exercer plenamente o seu direito pela doação e, com isso, mudar vidas", frisa Noemy.

Números de 2019

Entre janeiro e outubro deste ano, foram realizados 1.378 transplantes em Pernambuco. Desse total, foram 647 de córnea, 324 de rim, 210 de medula óssea, 133 de fígado e 39 de coração.

De acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), na análise até o terceiro trimestre do ano, Pernambuco ocupa o primeiro lugar no Norte e Nordeste no número de procedimentos de coração, rim, pâncreas e medula óssea.