Sarampo: PE participa de reunião em Brasília sobre plano para interromper circulação do vírus

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 22/08/2019 às 9:56
Baixa cobertura da vacina tríplice viral, em vários municípios brasileiros, facilitou a reintrodução do sarampo no País (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem)
Baixa cobertura da vacina tríplice viral, em vários municípios brasileiros, facilitou a reintrodução do sarampo no País (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem) FOTO: Baixa cobertura da vacina tríplice viral, em vários municípios brasileiros, facilitou a reintrodução do sarampo no País (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem)

Preocupado com o avanço dos casos de sarampo, o Ministério da Saúde criou um plano de ação para os próximos 15 dias, a fim de acelerar os trabalhos com foco na interrupção a circulação do vírus em território brasileiro. Hoje o governo federal realiza reunião presencial, em Brasília, com os 11 Estados que apresentam transmissão ativa do vírus, incluindo Pernambuco, com cinco casos confirmados e outros 130 que permanecem em investigação. A superintendente de Imunização e Doenças Imunopreveníveis da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Catarina de Melo, representa Pernambuco.

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Entre as estratégias adotadas para interrupção dos surtos da doença, está a vacinação com a tríplice viral em crianças de 6 meses a menores de 1 ano e também a intensificação da vacinação em pessoas de até 49 anos. Mesmo com o sarampo no radar epidemiológico desde o ano passado, quando o País enfrentou a reintrodução do vírus, as autoridades de saúde não conseguiram deter a expansão da doença. O entrave é a baixa cobertura vacinal em vários municípios brasileiros.

O Estado de Pernambuco é o único, entre os onze com transmissão ativa atualmente, que alcançou a meta de 95% de cobertura da tríplice viral nos últimos três anos. Ainda assim, percebe-se percentuais baixos em algumas cidades. Esse é um problema que precisa ser combatido, pois a cobertura deve ser homogênea. Não adianta o Estado ter, por exemplo, índices maiores do que 95% e, na lista de municípios, alguns aparecerem abaixo de 50%. O cenário heterogêneo traz um alerta sobre o risco de pessoas susceptíveis ao adoecimento.

“A prevenção do sarampo é simples e está disponível a todos, perto de nossas casas, em um posto de saúde. A doença é totalmente evitável por meio de uma vacina segura e eficaz, que ainda protege contra a caxumba e a rubéola. Mesmo assim, estamos registrando números preocupantes de cobertura vacinal em nossa população, o que cria bolsões de pessoas que podem contrair sarampo”, frisa o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo. Este ano, no Estado, a cobertura média da primeira dose da tríplice viral, em crianças de 1 ano, está em 85%. “Também é necessário chamar a atenção para a segunda dose. Só assim a criança estará efetivamente protegida. Para isso, precisamos que os municípios criem estratégias para chegar até esse público, como busca ativa ou ações de mobilização com os pais e responsáveis.”

O secretário ainda reforça que os profissionais de saúde devem aproveitar as idas de rotina da população aos postos e chamar a atenção para atualização da caderneta. “Nosso Programa Estadual de Imunização está atento para as coberturas vacinais e dialogando constantemente com os gestores municipais para que possamos atingir metas favoráveis”, acrescenta André Longo.

Movimentação nos postos

No Recife, as filas continuam a se formar nos postos de saúde, com pessoas de várias faixas etárias que buscam a tríplice viral. Entre as unidades mais procuradas, estão a Policlínica Albert Sabin, na Tamarineira, Zona Norte do Recife, a Lessa de Andrade, no bairro da Madalena, Zona Oeste da cidade. Nesta última, foi necessário abrir, na quarta-feira (22), duas salas de vacinação extras para dar conta da demanda. Foram 155 doses e, na terça-feira (21), 172 aplicações foram feitas.

Na capital, todas os 170 postos da rede vacinam a população. “Já distribuímos as vacinas para este mês e ainda há cerca de 20 mil doses em estoque. Estamos abastecidos”, diz a coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Recife, Elizabeth Azoubel. Ela acrescenta que, pela procura maior do que a esperada, alguns postos podem apresentar falta momentânea da tríplice viral, e esse déficit é logo reabastecido.