Acne: na vida adulta, cravos e espinhas acometem 3 vezes mais as mulheres do que os homens

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 25/06/2019 às 11:36
Espremer cravos e espinhas pode atrasar o processo de cicatrização da pele,
agravar as inflamações ou até causar infecções (Foto: Freepik)
Espremer cravos e espinhas pode atrasar o processo de cicatrização da pele, agravar as inflamações ou até causar infecções (Foto: Freepik) FOTO: Espremer cravos e espinhas pode atrasar o processo de cicatrização da pele, agravar as inflamações ou até causar infecções (Foto: Freepik)

Quando o assunto é acne, a maioria das pessoas logo pensa na adolescência. Afinal, o problema é comum para 80% das pessoas durante essa fase. Atualmente chama a atenção o aumento da prevalência da acne em adultos, especialmente em mulheres com mais de 25 anos. Um estudo inédito, realizado pelo dermatologista Marco Rocha, da Universidade Federal de São Paulo, mostrou que fatores genéticos contribuem para o desenvolvimento da doença, que afeta cerca de 16 milhões de brasileiras, segundo estimativas.

O dermatologista investigou a atividade de alguns receptores celulares presentes na pele de mulheres com e sem acne. Esses receptores (chamados de receptores TOLL LIKE-2 ou TLR-2) se ligam à bactéria P. acnes, que está envolvida no processo inflamatório, presente em todo desenvolvimento de acne. “O grupo de pacientes adultas que sofria com acne apresentou uma atividade aumentada na comunicação com essa bactéria e, por isso, a pele delas se inflama com mais intensidade e mais frequentemente do que quem não tem esse traço genético”, explica Marco Rocha, autor do estudo.

Segundo o médico, diversos fatores podem levar ao desenvolvimento da acne na mulher adulta. Além dos mecanismos imuno-inflamatórios, também deve-se considerar exposição excessiva ao sol, estresse, alimentação, tabagismo, privação do sono, o uso de alguns medicamentos e cosméticos, além de certas doenças endocrinológicas.

“As mulheres adultas acometidas pela acne sentem muito impacto na qualidade de vida, mais do que na adolescência, fase à qual ela é geralmente associada”, ressalta Rocha. Mesmo com casos mais leves, as espinhas nas mulheres adultas são doloridas, prolongadas e distribuídas, principalmente na zona da mandíbula e do pescoço, provocando maiores problemas de autoestima. Esse impacto é significativo se considerarmos que a acne, na fase adulta, afeta três mulheres para cada homem. Tratamentos eficazes e contínuos podem manter a acne sobre controle, mas não a curar por completo.