Diabetes: novo tratamento oral se mostra eficaz no controle da doença, problemas cardíacos e obesidade

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 11/06/2019 às 17:54
Comprimidos só deverão estar disponíveis, no Brasil, no segundo semestre de 2021 (Foto ilustrativa: Freepik)
Comprimidos só deverão estar disponíveis, no Brasil, no segundo semestre de 2021 (Foto ilustrativa: Freepik) FOTO: Comprimidos só deverão estar disponíveis, no Brasil, no segundo semestre de 2021 (Foto ilustrativa: Freepik)

Por Felipe Vieira/Especial para o Casa Saudável 

SÃO FRANCISCO (EUA) - A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk apresentou nesta terça-feira (11), nos Estados Unidos, o resultado de um estudo sobre o uso oral do medicamento semaglutida para pacientes com diabetes tipo 2. A pesquisa indica que, além de ser eficaz no controle do nível de açúcar no sangue, a medicação tem influência positiva no combate a complicações da enfermidade, como doenças cardiovasculares e obesidade. De acordo com os pesquisadores, o tratamento de 15 meses resultou numa redução de 50% na mortalidade por problemas cardíacos e de 21% em complicações como infarto não fatal e acidente vascular cerebral (AVC). Também ao longo de 15 meses, pessoas com diabetes tipo 2 tratadas com semaglutida oral tiveram redução de 4,2 quilos contra 0,8 quilo daqueles tratados com placebo.

A apresentação dos resultados ocorreu durante o congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA, na sigla em inglês), que termina nesta terça-feira, em São Francisco, no Estado da Califórnia, nos Estados Unidos. A pesquisa foi conduzida com 3.418 pacientes, sendo 101 no Brasil. A versão subcutânea do fármaco (aplicada através de uma caneta) chegou em maio ao País, mas os comprimidos só deverão estar disponíveis (após todo processo de legalização junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no segundo semestre de 2021.

A semaglutida é um análogo do GLP1, que é um hormônio liberado no intestino e, no pâncreas, estimula a liberação de insulina para controlar o nível de açúcar no sangue. Além do controle de glicemia, o remédio atua no sistema nervoso central em áreas específicas que controlam a fome e o apetite. "Além da redução expressiva de glicemia, a gente tem a perda de peso associada, que é um fator muito importante no paciente com diabetes tipo 2", explica a médica endocrinologista Priscilla Mattar, diretora-médica da Novo Nordisk.

Os estudos com a semaglutida foram realizados com pacientes em várias fases da diabetes, desde o começo da enfermidade até estágios mais avançados. "A eficácia foi comprovada em todas as fases", afirma Priscilla.

* O jornalista viajou a convite da Novo Nordisk