Doença de Chagas: em Brasília, representantes de Pernambuco debatem acesso ao diagnóstico

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 04/06/2019 às 10:50
Joanda de Araújo, que convive com a doença de Chagas desde a adolescência, representa os pacientes durante audiência pública. "Três vezes por semana, trabalho como voluntária no bazar da Casa de Chagas para ajudar outras pessoas", diz (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem)
Joanda de Araújo, que convive com a doença de Chagas desde a adolescência, representa os pacientes durante audiência pública. "Três vezes por semana, trabalho como voluntária no bazar da Casa de Chagas para ajudar outras pessoas", diz (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem) FOTO: Joanda de Araújo, que convive com a doença de Chagas desde a adolescência, representa os pacientes durante audiência pública. "Três vezes por semana, trabalho como voluntária no bazar da Casa de Chagas para ajudar outras pessoas", diz (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem)

Nesta terça-feira (4), na Câmara dos Deputados, em Brasília, a médica hematologista Cristina Carrazzone, da Casa de Chagas (no bairro de Santo Amaro, área central do Recife), acompanha a voluntária da instituição Joanda de Araújo, 51 anos, que convive com a doença desde a adolescência. Elas participam da audiência pública para discutir a ampliação do acesso ao diagnóstico e tratamento para a doença de Chagas. A audiência pública havia sido marcada antes da ocorrência do surto em Ibimirim, mas Cristina Carrazzone diz que a ocasião também servirá para informar e esclarecer sobre os casos agudos em acompanhamento em Pernambuco.

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O debate, realizado pela Comissão de Seguridade Social e Família, atende requerimento do deputado Ricardo Barros (PP-PR). Ele lembra que estimativas mais recentes, no Brasil, variam de 1,9 milhão a 4,6 milhões de pessoas afetadas pela doença, o que significa atualmente uma prevalência de 1% a 2,4% da população total do País. “Além disso, Chagas apresenta alta morbidade: por ano, cerca de 6 mil mortes registradas são associadas à doença no Brasil, mas esse número não leva em consideração a provável subnotificação da doença.”

Durante a audiência, Joanda representará os pacientes. “O mais importante é oferecer possibilidades para os médicos se capacitarem, principalmente os que trabalham no interior. Eu era adolescente quando fui infectada. Mas só recebi o diagnóstico há 30 anos. Hoje sigo o tratamento, uso marcapasso e tenho qualidade de vida. Sou muito grata à Casa de Chagas. Três vezes por semana trabalho como voluntária no bazar da casa para ajudar outras pessoas”, conta Joanda de Araújo.