Hipertensão arterial: entenda por que a prevenção deve começar na infância

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/04/2019 às 8:04
Alimentos ricos em sal, calorias, gorduras e açúcares devem passar longe do cardápio. Os preferidos são frutas, verduras e legumes, com preparos variados (Foto: Bianca Sousa/JC Imagem)
Alimentos ricos em sal, calorias, gorduras e açúcares devem passar longe do cardápio. Os preferidos são frutas, verduras e legumes, com preparos variados (Foto: Bianca Sousa/JC Imagem) FOTO: Alimentos ricos em sal, calorias, gorduras e açúcares devem passar longe do cardápio. Os preferidos são frutas, verduras e legumes, com preparos variados (Foto: Bianca Sousa/JC Imagem)

A medicina hoje já não tem mais dúvidas de que os hábitos da infância têm poder imenso de influenciar as condições de saúde na vida adulta. É assim com a alimentação – que, por sinal, precisa ser bem regrada na gestação porque o que a mulher come, nessa fase da vida, interfere no paladar da criança. Cada vez mais, os especialistas têm censurado o estilo de vida pouco saudável nos primeiros anos de vida, já que esse hábito leva ao sobrepeso e à obesidade, que são porta de entrada para a hipertensão. O sedentarismo e os maus hábitos alimentares expõem os pequenos precocemente a fatores de risco (hipertensão, sobrepeso e taxa alta de colesterol) facilmente evitados com a prática regular de atividade física e consumo de alimentos saudáveis.

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Apenas no País, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 6% das crianças e adolescentes apresentam níveis altos de pressão arterial. E o pior é que a maioria das famílias desconhece essa condição, pois a doença geralmente é assintomática. “Por isso, a partir dos 3 anos, as crianças devem ter a pressão arterial aferida na consulta com o pediatra. Tenho visitado algumas escolas para conscientizar em relação à prevenção, pois os hábitos da criança vão interferir no adulto que ela será”, destaca o cardiologista Audes Feitosa, presidente da SBC – Regional Pernambuco.

Muitas escolas reconhecem essa lição e apostam em lanches coletivos e refeições balanceadas. Alimentos ricos em sal, calorias, gorduras e açúcares passam longe do cardápio. Os preferidos são frutas, verduras e legumes, com preparos variados. A oferta de água e de sucos naturais também é aplaudida e deve ser reproduzida em casa. No Colégio Casa Forte, Zona Norte do Recife, os alunos contam com refeições supervisionadas por um nutricionista. “Tudo é produzido no próprio colégio; nada é industrializado. Recentemente aumentamos a estrutura da cozinha para oferecer uma alimentação de melhor qualidade”, diz o diretor da unidade, Davi Ferreira.

Os irmãos Rafael, 3, e Lucas Gurgel, 6, servem como exemplo de que um cardápio balanceado também pode fazer parte da infância. Durante dois dias na semana, eles ficam em turno integral no colégio. Na hora do almoço, salada está presente no prato, além de outros nutrientes essenciais. “Eles se alimentam bem desde bebês. Isso nos leva a adotar esse hábito para sermos modelo para nossos filhos, colocando menos sal e açúcar no prato”, conta o pai de Rafael e Lucas, o pediatra Ricardo Gurgel, 36, que reconhece o valor dos hábitos saudáveis no desenvolvimento infantil.