Sobe para 227 o número de casos suspeitos de coqueluche em Pernambuco

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 03/04/2019 às 15:28
Atualmente, a faixa etária mais acometida pela coqueluche compreende bebês menores de 2 meses (Foto: Miva Filho/SES)
Atualmente, a faixa etária mais acometida pela coqueluche compreende bebês menores de 2 meses (Foto: Miva Filho/SES) FOTO: Atualmente, a faixa etária mais acometida pela coqueluche compreende bebês menores de 2 meses (Foto: Miva Filho/SES)

Um novo boletim epidemiológico, divulgado no início da tarde desta quarta-feira (3), mostra que o número de casos suspeitos de coqueluche este ano, em Pernambuco, chega a 227. Desse total, 83 foram confirmados (36,6%). No ano de 2018, no mesmo período, foram notificados 62 casos e confirmados 26. O balanço, que considera informações até o dia 16 de março, é da Secretaria Estadual de Saúde (SES), que revela a maior concentração de casos no Recife, como destacou o Jornal do Commercio e o blog Casa Saudável nesta manhã. A capital pernambucana, segundo a SES, já notificou este ano 91 casos, com 50 confirmações, contra 12 e 7, respectivamente, no mesmo período do ano passado.

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Segundo a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau), aproximadamente 60% das notificações são provenientes das seguintes unidades de saúde: Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - Imip, Hospital de Pediatria Helena Moura e Hospital Barão de Lucena. As demais notificações se encontram distribuídas entre policlínicas, postos de saúde e outras unidades.

A faixa etária mais acometida compreende bebês menores de 2 meses. Esse cenário é um reflexo da baixa cobertura vacinal (tríplice bacteriana acelular que protege contra difteria, tétano e coqueluche), exclusiva para grávidas na rede pública. Em 2018, na capital pernambucana, a taxa de adesão foi de 66%, enquanto a meta é atingir 95% das gestantes. Ao ser imunizada, elas zelam pela própria saúde e transferem anticorpos ao bebê, que ficam protegido nos primeiros meses de vida até que possa completar o esquema vacinal, o que ocorre aos seis meses, com um primeiro reforço aos 15 meses e um segundo aos 4 anos.

“A coqueluche é uma doença cíclica, com aumento de casos geralmente a cada quatro ou cinco anos. A principal prevenção é a vacinação, ofertada na rede pública. Se as coberturas vacinais estivessem adequadas, certamente os casos apareceriam em menor volume”, diz a coordenadora do Programa de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Catarina de Melo.

Diretor-geral de Controle de Doenças Transmissíveis da SES, o epidemiologista George Dimech destaca que, diante desse cenário, Pernambuco está em estado de alerta para a coqueluche. “Desde o início do ano, fizemos uma reunião para falar sobre a doença. Estamos acompanhando de perto as notificações nas unidades de saúde”, frisa.

A gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Recife, Natália Barros, acrescenta que foi feita uma reunião, na última segunda-feira, com o núcleo de epidemiologia da prefeitura para se fazer uma atualização sobre a situação da coqueluche na cidade. “Também iremos capacitar profissionais das policlínicas e fazer divulgação da doença através de cartazes para sensibilizar as equipes de saúde e a população”, ressalta Natália.