As férias da garotada acabaram. É hora de voltar à rotina das aulas ou de iniciar um movimento letivo que proporcionará novas descobertas. Para os pequenos que estreiam a vida escolar, a sensação quase sempre causa muito estranhamento. Essa adaptação nem sempre é fácil e geralmente os pais sofrem com os filhos – em alguns casos, a família fica até mais ansiosa do que as crianças. Nesse cenário, é natural que desponte uma série de dúvidas: "Será que vão cuidar bem dela?”; "Ela vai comer?”; “E se ela chorar?". Para aqueles que nem são tão pequenos e já conhecem o dia a dia de uma escola, o espanto pode aparecer nas situações em que há troca de instituição de ensino ou mudança de turno. Nesses casos, a família também deve preparar o terreno. Ou seja, é necessário os pais transmitirem confiança nessa etapa em que, mesmo tão pequenos, os filhos sentem o que é sair de uma zona de conforto e se veem num novo ambiente.
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“Mesmo mais crescidas, as crianças precisam de orientação para vivenciar a passagem para uma instituição diferente da que iniciou a vida escolar. É preciso prepará-las para viver essa fase, informando que vão fazer novos laços de amizade sem perder os que já foram estabelecidos”, destaca a psicóloga Carolina Melo, do Solar da Criança, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife. Para essa transição ocorrer da melhor forma possível, não há tempo determinado, pois cada criança reage de forma diferente – e todos os comportamentos devem ser compreendidos e respeitados.
"Para a criança que inicia a vida escolar e para aquela que muda de instituição, é necessário um preparo para a adaptação ou a transição ocorrerem bem", diz a psicóloga Carolina Melo, do Solar da Criança (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem)
Os irmãos Pedro, 6, e Marina, 4, vivenciam este ano letivo num novo colégio. Na última quinta-feira (31), eles acordaram para o primeiro dia de aula e encheram a bolsa de ansiedade. “Ele ficou tranquilo, mas ainda chegou a pedir para eu ficar mais um pouco quando fui me despedir. Reforcei que estava na hora de ir e que voltaria para buscá-lo. Ficou bem. Já Marina, que é muito desenrolada, mostrou-se tímida. Mas os professores fizeram um bom acolhimento. Ambos adoraram a experiência no novo colégio”, conta a mãe de Pedro e Marina, a administradora Ana Catarina Sobral, 38 anos. Ela acrescenta que a preparação feita na escola onde eles estudavam até o ano passado também foi fundamental para os filhos estabelecerem um vínculo inicial na nova instituição de ensino.
Confira o programa sobre o tema na TV JC:
Para a pedagoga Betânia Ferreira, do Colégio Casa Forte, a atenção durante a educação infantil é valiosa para cada família vivenciar as mudanças na transição casa-escola. “Tanto os pais como as crianças, principalmente aquelas até os 7 anos, precisam se sentir seguros para lidar não apenas com uma adaptação ao ambiente, mas também a horários e atividades”, esclarece. A especialista acrescenta que, caso os pais façam algum tipo de acordo, é preciso cumpri-lo. “Se disserem que vão buscar o filho num determinado horário, não deixem de fazer. A criança sente a veracidade do que é dito e, dessa maneira, vai ganhando confiança.” O lado bom de tudo isso é que todos os pequenos conseguem se adaptar e, aos poucos, vão percebendo a delícia que é mergulhar no mundo da aprendizagem.
"Nos primeiros dias de adaptação, os pais costumam ficar nervosos. Essa condição deve ser evitada, pois a criança precisa ter confiança", frisa a pedagoga Betânia Ferreira, do Colégio Casa Forte (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem)
