Alerta: doenças cardiovasculares são a principal causa de morte associada a diabetes

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 10/12/2018 às 13:00
Quando mal controlada, a diabetes pode causar uma série de complicações para a saúde, como problemas  na visão e no coração (Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem)
Quando mal controlada, a diabetes pode causar uma série de complicações para a saúde, como problemas na visão e no coração (Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem) FOTO: Quando mal controlada, a diabetes pode causar uma série de complicações para a saúde, como problemas na visão e no coração (Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem)

A diabetes ocupa o quinto lugar entre as doenças que mais matam no Brasil. No entanto, alguns especialistas acreditam que esse impacto pode ser muito maior. “A diabetes predispõe ao infarto e ao desenvolvimento de vários tipos de câncer”, explicou o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, em seminário realizado na última semana.

E quem já convive com diabetes tem que também tomar cuidado com as doenças cardiovasculares, que afetam os vasos sanguíneos e o coração. “Para diminuir a mortalidade por diabetes tem que tratar o coração”, aconselha o cardiologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp), Otávio Rizzi.

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O cardiologista Otávio Rizz ainda destaca: “85% dos diabéticos vão morrer de doenças macrovasculares, que incluem problemas como infarto, acidente vascular cerebral (AVC), doença arterial periférica e insuficiência cardíaca. Quem tem diabetes possui o dobro da chance de infartar”, diz Rizzi. O que ambos os especialistas propõe ao paciente é mudar o estilo de vida para um modo saudável, cuidar da alimentação, fazer exercícios físicos e tomar os medicamentos prescritos pelos médicos. “É uma doença complexa, que requer um tratamento complexo”, atesta Couri. Ambos defendem um tratamento integrado com uma equipe formada por vários profissionais, incluindo cardio e endocrinologista.

E a preocupação com a diabetes deve chegar também à população mais jovem, pois ocorreu um aumento de 93,2% a mais de obesidade, nas pessoas de 18 a 24 anos, entre 2006 e 2016, segundo a pesquisa Vigitel realizada pelo governo federal. “Essa conta vai chegar. Quando se aumenta a circunferência abdominal, vêm diabetes, triglicérides alto e apneia do sono”, resume Couri.

* Colaborou, de São Paulo, a repórter Ângela Belfort