A Secretaria Estadual de Saúde (SES) selecionou oito unidades de saúde, em quatro municípios pernambucanos (Recife, Jaboatão dos Guararapes, Caruaru e Petrolina), para fazer vigilância sentinela do que se convencionou a chamar de “síndrome exantemática de etiologia a esclarecer”, referindo-se aos casos de doença exantemática ou rash (manchas vermelhas em uma região específica do corpo ou por toda a pele), que têm acometido as crianças com maior frequência e que ainda não tem causa definida. O alerta surgiu de relatos recentes (início deste mês) de médicos que atuam nas emergências de serviços públicos e privados de saúde do Estado.
“Além das observações feitas por médicos dos hospitais do Recife, há relatos de profissionais de outras cidades, como São Bento do Una (Agreste), de Ouricuri e de Petrolina (ambas no Sertão). Também já foram percebidos casos sugestivos desse tipo de rash em Salvador (Bahia) e em municípios de Alagoas”, informa o clínico-geral Carlos Brito, integrante do Comitê Técnico de Arboviroses do Ministério da Saúde.
A investigação padronizada da SES tem como intenção descrever as manifestações da doença, identificar fatores relacionados ao risco de transmissão e adoecimento, confirmar a causa e orientar medidas de prevenção adequadas. Por nota técnica, a secretaria orienta que sejam notificadas como casos suspeitos da síndrome todas as pessoas, independentemente da idade, atendidas nas unidades sentinelas, que apresentem rash, com febre ou sem, e não se enquadrem nos critérios de suspeita de arboviroses (dengue, chicungunha e zika), rubéola e sarampo.
Os pacientes que forem notificados devem passar por exames de sangue, urina, fezes e secreção de naso e orofaringe. Para análise, as amostras serão encaminhadas ao Laboratório de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE). “A nota técnica é importante, neste momento, porque chama a atenção para um quadro que precisa ser identificado. Essa ação imediata é fundamental para se disparar um trabalho de investigação. Agora, é essencial agilidade na análise dos exames, a fim de se identificar a causa (do rash)”, reforça Carlos Brito.
Entre as hipóteses, há aquelas que mais prevalecem e outras nem tanto. “As suspeitas que predominam são o zika, os parvovírus e os enterovírus, mas outras possibilidades de diagnóstico também são consideradas, em mesma intensidade, na investigação”, avisa o diretor-geral de Controle de Doenças Transmissíveis da SES, George Dimech.