Febre amarela: risco se aproxima; Ministério da Saúde alerta para a vacinação

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 12/11/2018 às 15:43
A vacina de febre amarela tem efeito após 10 dias da aplicação (Foto: Ricardo B. Labastier/Acervo JC Imagem)
A vacina de febre amarela tem efeito após 10 dias da aplicação (Foto: Ricardo B. Labastier/Acervo JC Imagem) FOTO: A vacina de febre amarela tem efeito após 10 dias da aplicação (Foto: Ricardo B. Labastier/Acervo JC Imagem)

A população que mora em áreas recomendadas para a vacina contra a febre amarela deve buscar a vacinação antes do início do verão, período de maior risco de transmissão da doença. O alerta do Ministério da Saúde se dá porque áreas recém-afetadas e com grande contingente populacional, como as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Minas Gerias e São Paulo, ainda possuem um quantitativo elevado de pessoas não vacinadas - ou seja, que estão sob risco de adoecer. A doença tem alta letalidade, em torno de 40%, o que torna a situação mais grave.

Desde o surto registrado em dezembro de 2017, a vacinação para febre amarela foi ampliada para 4.469 municípios. Isso se deu, a partir da inclusão de 940 cidades localizadas principalmente nas proximidades das capitais e áreas metropolitanas das regiões Sudeste e Sul do Brasil, onde houve evidência da circulação viral. A cobertura vacinal deve ser de, no mínimo, 95% da população.

“Precisamos garantir que, principalmente nos municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde aconteceram muitos casos nos dois últimos anos, haja uma vacinação preventiva antecipando ao período de verão, quando tradicionalmente há uma maior circulação do vírus”, explica Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações.

Veja programa na TV JC sobre febre amarela (de 18/01/18):

No período de monitoramento anterior (de 1º de julho de 2017 a 30 de junho de 2018), foram confirmados 1.376 casos de febre amarela no País e 483 óbitos. Ao todo, foram notificados, neste período, 7.518 casos suspeitos, sendo que 5.364 foram descartados e 778 continuam em investigação. Desde o início do ano (de 1º de janeiro a 8 de novembro), foram confirmados 1.311 casos de febre amarela no país e 450 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram notificados 795 casos e 262 mortes.

A vacina contra febre amarela é ofertada no Calendário Nacional de Vacinação e distribuída mensalmente aos estados. Neste ano, já foram enviados, para todo o país, 30 milhões de doses da vacina de febre amarela. Apesar dessa disponibilidade, há uma baixa procura da população pela vacinação. As pessoas devem tomar a dose pelo menos 10 dias antes do deslocamento para as áreas recomendadas.

“A necessidade dessa vacinação preventiva é fundamental na febre amarela porque, se a maioria da população dessas áreas recomendadas estiver vacinada, quando houver o pico da doença em dezembro, a necessidade será apenas de um bloqueio vacinal, e não veremos correria e enormes filas em busca da vacina”, afirma Carla Domingues.

Quem deve se vacinar

O público-alvo para vacinação são pessoas a partir de nove meses de idade, que não tenham comprovação de vacinação. “Convocamos a todos da faixa etária das áreas recomendadas a buscarem as salas de vacinação. Não adianta vacinar um grupo e outro não, já que a febre amarela é uma doença transmitida por um mosquito infectado e ele pode picar qualquer pessoa. Não devemos esperar pelo aparecimento da doença”, enfatiza Carla Domingues.

Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema de dose única da vacina, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde, respaldada em estudos que asseguram que uma dose é suficiente para a proteção por toda a vida.