Microcefalia por zika: governo de PE diz que 96% das crianças estão em reabilitação

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 05/11/2018 às 10:08
Secretaria Estadual de Saúde diz que maioria das crianças com síndrome congênita do zika está inserida na rede de reabilitação, que conta com profissionais das áreas de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)
Secretaria Estadual de Saúde diz que maioria das crianças com síndrome congênita do zika está inserida na rede de reabilitação, que conta com profissionais das áreas de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional (Foto: Diego Nigro/JC Imagem) FOTO: Secretaria Estadual de Saúde diz que maioria das crianças com síndrome congênita do zika está inserida na rede de reabilitação, que conta com profissionais das áreas de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) garante que, em Pernambuco, entre todas as crianças que tiveram o diagnóstico confirmado de síndrome congênita do zika, 96% estão inseridas na rede de reabilitação, que conta com profissionais das áreas de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional. Os pacientes que permanecem sem acompanhamento para estimulação, diz o governo, são aqueles que não apresentam alteração no desenvolvimento e outros que foram morar fora do Estado.

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A SES ainda salienta que, em 2015, quando foi detectada a mudança de padrão na ocorrência da microcefalia, apenas duas instituições atendiam as crianças com essa malformação congênita em Pernambuco. “Hoje, 32 unidades, distribuídas por todo o território, já oferecem a assistência, sendo 25 com serviços específicos de reabilitação, com pelo menos uma em cada uma das 12 Regionais da Saúde do Estado. Ao todo, mais de 1,7 mil consultas mensais são ofertadas. Vale destacar que todas as equipes dos serviços de referência receberam capacitação para prestar esse tipo de assistência”, informa, em nota, a secretaria.

A pasta reforça que está atenta ao desenvolvimento das crianças afetadas pelo zika e que, a partir do surgimento de necessidades, tem atuado para garantir tratamento específico aos pacientes. “Dessa forma, o Estado já oferta a especialidade de gastropediatria, a realização de cirurgias ortopédicas específicas, a distribuição de medicamento para evitar crises convulsivas e a oferta de tratamento com Botox (marca de toxina botulínica tipo A que ganhou popularidade, no ano 2000, para o tratamento das rugas de expressão) para os pacientes que apresentam rigidez muscular.”

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Ainda em nota, o governo reconhece a importância de um trabalho permanente, mesmo diante da redução no número de casos de zika, “para se avançar na eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, freando um novo surto de casos provocados pelo vírus”. Além disso, de acordo com a SES, as ações também continuam a priorizar a assistência para acompanhar a evolução das crianças com a síndrome e as novas necessidades que possivelmente possam ser colocadas pelas famílias.

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