Saúde não se pesa: campanha alerta para os riscos da epidemia da obesidade

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 16/10/2018 às 11:24
OMS estima que, em 2025, o mundo deve ter cerca de 2,3 bilhões de adultos com sobrepeso e 700 milhões com obesidade (Foto ilustrativa: Pixabay)
OMS estima que, em 2025, o mundo deve ter cerca de 2,3 bilhões de adultos com sobrepeso e 700 milhões com obesidade (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: OMS estima que, em 2025, o mundo deve ter cerca de 2,3 bilhões de adultos com sobrepeso e 700 milhões com obesidade (Foto ilustrativa: Pixabay)

Considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma doença em epidemia, a obesidade está longe de ser apenas um desafio individual a ser superado. Estudos indicam que o excesso de peso já é a segunda maior causa de mortes no mundo. Segundo dados do Ministério da Saúde, 74% dos óbitos no Brasil acontecem por doenças associadas à obesidade. Apesar disso, ela não é vista como doença por grande parte das pessoas, incluindo os próprios pacientes.

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Para atrair atenção sobre a gravidade da situação e fortalecer o olhar sobre a obesidade enquanto doença crônica, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), em conjunto com a empresa global de saúde Novo Nordisk, lança a terceira edição da campanha Saúde não se pesa. Neste ano, com o mote Obesidade é o que você não vê: chegou a hora de colocar uma luz sobre ela, a mobilização tem como intenção fazer um alerta, colocando foco também nos perigos das doenças associadas ao excesso de peso, como diabetes e problemas cardiovasculares, e conscientizar que obesidade também é o que não aparece no espelho ou não se mede na balança. A campanha se propõe ainda a desconstruir o uso de clichês, evitar estigmas e esclarecer a definição de obesidade mostrando que, como qualquer patologia, ela requer acompanhamento médico.

Qualidade de vida

"A obesidade diminui a expectativa de vida em até dez anos e necessita de tratamento a longo prazo, mas ainda é uma doença negligenciada", afirma a endocrinologista e presidente da Abeso, Maria Edna de Melo. Estudos indicam que uma perda de 5% a 10% do peso em pessoas com obesidade traz benefícios expressivos à saúde, incluindo melhora dos níveis de glicemia, da pressão arterial, dos níveis de colesterol e da apneia obstrutiva do sono.

“Precisamos mostrar as verdades por trás da doença e que a obesidade pode ser controlada. Muito além de questões estéticas, a perda de peso traz mais saúde e pode, inclusive, significar mais tempo de vida a uma pessoa", complementa. Segundo a OMS, o excesso de peso é uma epidemia acometendo mais de 1,9 bilhão de adultos em todo mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde calcula que mais de 100 milhões de pessoas estão acima do peso.

As ações da campanha não se encerraram no Dia Mundial da Obesidade (11 de outubro). No site oficial Saúde não se pesa, é possível encontrar informações sobre a obesidade e as doenças relacionadas ao excesso de peso, além de conhecer os fatores que ajudam a determinar o peso de um indivíduo, entender como funciona o apetite de uma pessoa com obesidade e por que o organismo pode recuperar rapidamente os quilos perdidos. Também é possível calcular o índice de massa corporal (IMC), ver os mitos mais comuns sobre a perda de peso e saber quais os caminhos para tratar a obesidade. Para saber mais, acesse www.saudenaosepesa.com.br.