Como o envelhecimento aparece nas propostas dos candidatos ao Governo de PE em 2018?

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 01/10/2018 às 15:28
Num Estado onde quase 10% dos 9,5 milhões de habitantes têm 60 anos ou mais, é necessário que os cuidados com a saúde física e mental dessa população sejam colocados em primeiro plano (Foto ilustrativa: Pixabay)
Num Estado onde quase 10% dos 9,5 milhões de habitantes têm 60 anos ou mais, é necessário que os cuidados com a saúde física e mental dessa população sejam colocados em primeiro plano (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: Num Estado onde quase 10% dos 9,5 milhões de habitantes têm 60 anos ou mais, é necessário que os cuidados com a saúde física e mental dessa população sejam colocados em primeiro plano (Foto ilustrativa: Pixabay)

Às vésperas das eleições e neste Dia Internacional do Idoso (1º/10), a nossa reflexão parte do seguinte questionamento: como o envelhecimento aparece nas propostas dos candidatos ao cargo de governador de Pernambuco? Não há proposições concretas e diretas para essa faixa etária nos planos de governo registrados no site do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), que valem como documento de intenções de gestão. Só Paulo Câmara (PSB) faz (breve) menção aos idosos, quando diz que “a Frente Popular historicamente se colocou na defesa intransigente dos direitos humanos e dos diversos segmentos representativos do povo pernambucano, a exemplo da população negra, indígena, quilombola, cigana, idosa, LGBTI+, pessoas com necessidades específicas, crianças e adolescentes (...). Essas bandeiras são do povo pernambucano e, por isso, merecem toda a atenção do Governo...”.

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Num Estado onde quase 10% dos 9,5 milhões de habitantes têm 60 anos ou mais, é necessário que os cuidados com a saúde física e mental dessa população sejam colocados em primeiro plano. Por sinal, Pernambuco tem 451.651 eleitores a partir dos 70 anos (idade em que o voto não é mais obrigatório) aptos a ir às urnas no próximo dia 7. Desse total, 29.135 estão acima dos 90 anos.

“Vários são os desafios, relacionados ao processo de envelhecimento, que merecem ser considerados por quem for governar Pernambuco nos próximos quatro anos. Não há como desconsiderar a transição demográfica pela qual passamos. Em 2050, seremos uma população com mais idosos do que jovens”, destaca o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia/Seccional Pernambuco (SBGG/PE), Marcelo Cabral.

O médico reforça que os eleitores dessa faixa etária podem exercer o direito de escolher seus representantes e precisam ter suas vozes e demandas ouvidas. “É necessário colocar em prática propostas que tratem os idosos de forma singular, além de se criar centros voltados exclusivamente para esse público. Também friso que nós envelhecemos a partir do momento em que nascemos. Então, devemos nos preparar e investir em prevenção”, acrescenta Marcelo Cabral, que nos inspira a cobrar dos nossos representantes uma mudança na maneira como eles lidam com o envelhecimento.