'Brasil tem até fevereiro de 2019 para interromper transmissão do sarampo', diz subdiretor da Opas

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 06/09/2018 às 10:16
"A chance de termos uma reintrodução do sarampo é uma realidade porque, com exceção das Américas, o mundo inteiro tem transmissão", diz Jarbas Barbosa (Foto: Antonio Fuchs/INI-Fiocruz)
"A chance de termos uma reintrodução do sarampo é uma realidade porque, com exceção das Américas, o mundo inteiro tem transmissão", diz Jarbas Barbosa (Foto: Antonio Fuchs/INI-Fiocruz) FOTO: "A chance de termos uma reintrodução do sarampo é uma realidade porque, com exceção das Américas, o mundo inteiro tem transmissão", diz Jarbas Barbosa (Foto: Antonio Fuchs/INI-Fiocruz)

O Brasil tem, até fevereiro do próximo ano, para interromper a transmissão do sarampo. Se isso não for atingido, o País pode perder o certificado de eliminação da circulação do vírus, como ocorreu com a Venezuela, que completou os 12 meses de transmissão sustentada. O alerta veio do médico brasileiro Jarbas Barbosa, subdiretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Ele apresentou, durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MedTrop), que terminou na quarta-feira (5), em Pernambuco, um novo marco para eliminar doenças transmissíveis até 2030.

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A reemergência do sarampo foi tema de debate de mesas-redondas do evento, que trouxe uma programação com debates sobre a prevenção e o controle da doença. "O sarampo é uma das mais contagiosas doenças, pois se espalha com facilidade quando o vírus encontra bolsões de pessoas susceptíveis. A chance de termos uma reintrodução da doença é uma realidade porque, com exceção das Américas, o mundo inteiro tem transmissão", disse Jarbas Barbosa, que reforçou a importância de se ter uma vigilância ativa para se manter a cobertura vacinal adequada em todo o mundo.

A região das Américas foi a primeira a ser declarada, em 2016, como livre do sarampo. A doença pode causar graves problemas de saúde, como pneumonia, cegueira e inflamação do cérebro, além de levar à morte. A Opas alerta que, até que o vírus seja erradicado em todo o mundo, há sempre o risco de um país ou continente registrar casos importados.