Recife supera meta de vacinação da campanha contra sarampo e pólio

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 30/08/2018 às 11:45
Até o dia 31 de agosto, postos de saúde continuarão mobilizados para a campanha. Alguns municípios terão um segundo 'Dia D' no sábado, 1º de setembro (Foto: Inaldo Lins/PCR)
Até o dia 31 de agosto, postos de saúde continuarão mobilizados para a campanha. Alguns municípios terão um segundo 'Dia D' no sábado, 1º de setembro (Foto: Inaldo Lins/PCR) FOTO: Até o dia 31 de agosto, postos de saúde continuarão mobilizados para a campanha. Alguns municípios terão um segundo 'Dia D' no sábado, 1º de setembro (Foto: Inaldo Lins/PCR)

Na manhã desta quinta-feira (30), o Recife contabiliza mais de 78 mil crianças, de 1 ano a menores de 5 anos, imunizadas contra poliomielite e sarampo, o que representa uma cobertura vacinal de 97,8%. O percentual faz a capital pernambucana superar a meta de imunizar 95% dos meninos e meninas contra ambas as doenças.

A campanha nacional termina amanhã (31) e ainda tem a missão de vacinar, em Pernambuco, 4% de meninos e meninas, nessa faixa etária, para atingir a meta mínima de proteção. Até o momento, mais de 50 municípios no Estado já atingiram a meta mínima para pólio e sarampo.

O Ministério da Saúde recomenda aos municípios, que não atingiram a meta da campanha de vacinação, a realização de um novo ‘Dia D’ no próximo sábado (1º). A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informa que continuará monitorando o cenário até amanhã para orientar os municípios. A cidade de Caruaru (84% de cobertura), no Agreste do Estado, contudo, já confirmou que a campanha segue até o sábado.

Casos confirmados de sarampo

Com mais dois casos confirmados de sarampo na quarta-feira (29), às vésperas do término da campanha nacional de imunização, Pernambuco reforça a importância de a população manter a caderneta de vacinação corretamente atualizada. Com o balanço atualizado, sobe para quatro o número de confirmações (todas do Recife) de uma doença que mata e que tem a vacina como a única maneira de prevenção.

Os casos confirmados de sarampo, na cidade, foram relativos a dois adolescentes (13 e 19 anos) que são parentes das outras duas pessoas que tiveram o diagnóstico confirmado da doença anteriormente: uma menina de 2 anos e um homem de 27 anos. Ele tem histórico de viagem, no início de julho, para Manaus, área onde está circulando o vírus (o Amazonas já computa 1.211 casos e três óbitos). A quinta pessoa que estava sob investigação no Recife é uma mulher de 42 anos. Ela tinha contato próximo com a família, mas teve o diagnóstico para sarampo descartado. As análises laboratoriais foram realizadas pelo Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE) e pela Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro (Fiocruz-RJ). Os cinco casos se recuperaram bem.

“A boa notícia é que, a partir das ações de bloqueio vacinal, feitas com as pessoas que tiveram contato com os quatro casos confirmados, não observamos outros adoecimentos secundários. Então, o trabalho foi efetivo e provavelmente houve quebra da cadeia de transmissão do sarampo. Claro que, num cenário improvável, podemos assistir a novas entradas de casos no Recife. Mas se isso acontecer, certamente será uma transmissão bem delimitada (com baixa possibilidade de se expandir)”, acredita o secretário municipal de Saúde, Jailson Correia.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informa que, diante do cenário atual, continua vigilante para o risco de reintrodução do sarampo em Pernambuco. O órgão ainda reforça com os serviços de saúde a necessidade da notificação imediata de um caso suspeito, para que as medidas de vigilância e controle sejam realizadas e, com isso, possa ser quebrada a cadeia de transmissão.

“Foi passado um pente-fino em todos os contatos (pessoas próximas) dos quatro casos confirmados. Aparentemente esse surto isolado de sarampo foi contido. Mas não podemos deixar de orientar a população sobre a necessidade de se vacinar, pois o fluxo turístico é constante: há sempre viajantes que vêm do Norte e de países da Europa (onde se concentram casos) para o Estado, especialmente na nossa temporada de verão, que está próxima”, frisa o diretor-geral de Controle de Doenças Transmissíveis da SES, George Dimech.