Agosto Laranja: #MúltiplasRazões para falar sobre a esclerose múltipla

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 20/08/2018 às 13:00
A esclerose múltipla ocorre quando o sistema imunológico ataca anormalmente o isolamento em torno de células nervosas (bainha de mielina) no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos, causando inflamação e danos (Imagem: Freepik)
A esclerose múltipla ocorre quando o sistema imunológico ataca anormalmente o isolamento em torno de células nervosas (bainha de mielina) no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos, causando inflamação e danos (Imagem: Freepik) FOTO: A esclerose múltipla ocorre quando o sistema imunológico ataca anormalmente o isolamento em torno de células nervosas (bainha de mielina) no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos, causando inflamação e danos (Imagem: Freepik)

A esclerose múltipla afeta 35 mil brasileiros na faixa etária mais ativa da vida (de 20 a 40 anos) e, ainda assim, é pouco conhecida entre a população e é alvo de muita desinformação sobre seus sintomas e evolução. Para trazer luz ao tema, associações de pacientes e especialistas se uniram à Roche Farma Brasil para realizar, em agosto deste ano, a segunda edição do movimento #MúltiplasRazões. A iniciativa visa estimular o apoio aos pacientes com a doença e incentivar o debate sobre o diagnóstico precoce para o tratamento mais rápido possível por meio de ações que fazem alusão aos sintomas da esclerose múltipla. Neste ano,  o movimento acontece em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Brasília e Minas Gerais.

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Um dos principais sintomas da esclerose múltipla é a fadiga excessiva e desproporcional. Por isso, as principais capitais do País serão tomadas por bancos, oferecendo um “lugar para sentar”, que mostrarão, de forma lúdica, como a fadiga atinge o paciente. O projeto tem como objetivo alertar a população e incentivá-la a procurar o especialista correto para que o diagnóstico seja precoce e assertivo. “Acreditamos que a conscientização da doença tem que ser um assunto frequente. Por isso, o Múltiplas Razões tem como objetivo promover outras interações com a sociedade no decorrer do tempo”, conta a neurologista Maria Fernanda Mendes, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia.

Apesar de não ter cura, a esclerose múltipla pode ser controlada por meio de tratamentos medicamentosos que buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo do tempo, contribuindo para que o paciente não experimente a incapacitação. Entretanto, segundo Maria Fernanda, para que os resultados sejam satisfatórios, o diagnóstico deve ser precoce, o que leva a maiores chances da personalização do tratamento e evita consequências mais danosas ao sistema nervoso.

O movimento conta com o apoio do Brazilian Committee of Treatment and Research In Multiple Sclerosis and Neuro-immunological Diseases, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), do Movimento dos Portadores de Esclerose Múltipla (Mopem), da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), dos Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME), da Associação Mineira de Apoio aos Portadores de Esclerose Múltipla (Amapem), da Associação Goiana de Esclerose Múltipla (AGEM), da Roche Farma Brasil e de especialistas. Para mais informações acesse: www.multiplasrazoes.com.br.

Saiba mais

A esclerose múltipla ocorre quando o sistema imunológico ataca anormalmente o isolamento em torno de células nervosas (bainha de mielina) no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos, causando inflamação e danos consequentes. Esse dano pode causar uma ampla gama de sintomas, incluindo fraqueza muscular, fadiga e dificuldade visual, além de eventualmente levar à deficiência. A maioria das pessoas com a doença são mulheres e experimentam o primeiro sintoma entre 20 e 40 anos, o que torna a doença a principal causa de incapacidade não traumática em adultos mais jovens.

A esclerose múltipla remitente recorrente é a forma mais comum da doença, aproximadamente 85% dos diagnosticados, e se caracteriza por episódios de sinais ou sintomas novos ou agravados (recorrências), seguidos de períodos de recuperação. A maioria dos pacientes dessa forma da doença irá, eventualmente, fazer transição para a esclerose múltipla secundária progressiva, em que eles experimentam agravamento contínuo da deficiência ao longo do tempo.

Já a primária progressiva, a forma mais debilitante da doença, é marcada por sintomas que se agravam de forma constante, mas tipicamente sem recorrências distintas ou períodos de remissão. Aproximadamente 15% dos pacientes com esclerose múltipla diagnosticada têm a forma progressiva da doença e, até agora, não havia nenhuma terapia aprovada.

A atividade da doença consiste em inflamação no sistema nervoso e perda permanente de células nervosas no cérebro e medula espinhal, mesmo quando seus sintomas clínicos não são aparentes ou não parecem estar piorando. O objetivo do tratamento é reduzir a atividade da doença para impedir que a incapacidade progrida.