Pediatras são convocados a lutar contra pólio e sarampo em PE

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 13/07/2018 às 11:21
O chamamento foi feito após a Sopepe participar, na quarta-feira (11), de reunião do Programa Estadual de Imunização | Foto: Ricardo B. Labastier/ Arquivo JC Imagem
O chamamento foi feito após a Sopepe participar, na quarta-feira (11), de reunião do Programa Estadual de Imunização | Foto: Ricardo B. Labastier/ Arquivo JC Imagem FOTO: O chamamento foi feito após a Sopepe participar, na quarta-feira (11), de reunião do Programa Estadual de Imunização | Foto: Ricardo B. Labastier/ Arquivo JC Imagem

Um batalhão formado por mais de mil pediatras, em Pernambuco, arregaça as mangas para travar uma luta contra duas doenças já erradicadas no País, mas que voltam a assustar autoridades sanitárias, profissionais de saúde e famílias brasileiras. A dupla formada pela poliomielite e pelo sarampo pode lamentavelmente retomar à circulação se a cobertura vacinal, sobretudo entre crianças, não aumentar. Para ambas as doenças, o Ministério da Saúde defende taxa de imunização de 95% do público-alvo, mas as coberturas estão abaixo desse índice na maior parte do Brasil. Esse cenário, que fez acender uma luz vermelha, levou a Sociedade de Pediatria de Pernambuco (Sopepe) a convocar os médicos da especialidade a atuarem como agentes de defesa para reverter os baixos percentuais de cobertura vacinal.

Chamado

O chamamento foi feito após a Sopepe participar, na quarta-feira (11), de reunião do Programa Estadual de Imunização. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), Pernambuco tem 1.194 pediatras – a terceira especialidade com maior número de profissionais, atrás apenas de cirurgia geral (1.196) e de clínica médica (1.654). O contingente só reforça o pediatra como a principal fonte de referência para a recomendação de vacinação. De 6 a 31 de agosto, quando a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite e Sarampo ganha as ruas de todo o Brasil, os pediatras dos municípios pernambucanos lapidarão a missão de estimular a adesão das famílias à imunização contra doenças que causam graves problemas de saúde e levam à morte.

“Teremos um envolvimento dos colegas da Região Metropolitana e do interior. Vamos reforçar, inclusive, a abordagem às famílias em relação à importância das doses e à checagem do cartão vacinal”, diz o presidente da Sopepe, Eduardo Jorge da Fonseca Lima. Em 18 de agosto, escolhido para ser o Dia D da campanha, pediatras percorrerão os locais de vacinação, em todo o Estado, para contribuir com informações sobre o cumprimento de todos os esquemas vacinais.

A intenção é manter uma imunidade suficiente para as cidades continuarem livres da circulação dos vírus. Em Pernambuco, a baixa cobertura vacinal da pólio (menor do que 50%) é uma realidade em cinco municípios: Cortês, Palmares, Frei Miguelinho, Correntes e Jaboatão dos Guararapes. “É fundamental contar com o engajamento de todos para conseguirmos reverter as baixas coberturas”, frisa Eduardo Jorge.

A vacina contra pólio deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses, na forma injetável, além de aos 15 meses e aos 4 anos, em gotinhas. Já para evitar o sarampo, a indicação é a tríplice viral, que ainda protege contra a rubéola e a caxumba. As doses são feitas em crianças com 12 meses, com um reforço que deve ocorrer aos 15 meses com a tetraviral.