Simaria com tuberculose ganglionar: saiba como se pega a doença

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 18/04/2018 às 11:27
Simaria deu entrada no Hospital Sírio-Libanês no dia 12 e teve alta no dia 17. Está em tratamento contra a tuberculose ganglionar, que é a forma mais comum da tuberculose extrapulmonar (Foto: Reprodução/Instagram)
Simaria deu entrada no Hospital Sírio-Libanês no dia 12 e teve alta no dia 17. Está em tratamento contra a tuberculose ganglionar, que é a forma mais comum da tuberculose extrapulmonar (Foto: Reprodução/Instagram) FOTO: Simaria deu entrada no Hospital Sírio-Libanês no dia 12 e teve alta no dia 17. Está em tratamento contra a tuberculose ganglionar, que é a forma mais comum da tuberculose extrapulmonar (Foto: Reprodução/Instagram)

Atualização em 18/09/18

A cantora Simaria, da dupla Simone e Simaria, precisará dar novamente uma pausa por causa de sua saúde. Entre abril e agosto deste ano, ela já havia se afastado da carreira para cuidar da tuberculose ganglionar. Na última quinta-feira, 13 de setembro, ela se sentiu mal e foi encaminhada ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde passou o fim de semana realizando exames. Mais uma vez, será submetida a um tratamento.

Em abril deste ano, ela se afastou dos palcos após detecção de um aumento do gânglio supraclavicular à direita e realização de exames laboratoriais, que mostraram anemia. Na ocasião, ela foi diagnosticada com a mais comum forma de tuberculose extrapulmonar (aquela causada pelo bacilo de Koch que se instala fora do pulmão): a tuberculose ganglionar.

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“Diferentemente da pulmonar, a ganglionar é uma doença infecciosa não transmissível de pessoa para pessoa. Pode ocorrer em pessoas sadias, mas está muito associada à deficiência da imunidade e à desnutrição”, esclarece o infectologista Tomaz Albuquerque, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), e do Esperança Recife, do Grupo D’Or São Luiz.

Entre os sintomas da tuberculose ganglionar, segundo o médico, estão inflamação, vermelhidão e dor nos gânglios. Também podem ocorrer formação de pus e febre. “O diagnóstico é feito através de biópsia, que retira um fragmento do gânglio acometido. E o tratamento é o mesmo indicado para a tuberculose comum e deve ter duração de seis meses. As recomendações médicas devem ser seguidas ao longo desse período para se evitar complicações”, acrescenta Tomaz.

Logo nas primeiras semanas de tratamento, o paciente se sente melhor e, por isso, precisa ser orientado a realizar a terapêutica proposta pelo médico até o final, independentemente da melhora dos sintomas. Especialistas reforçam que o tratamento irregular pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de cepas resistentes aos medicamentos.

A tuberculose é uma doença de transmissão aérea (ocorre a partir da inalação de aerossóis). Ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos. “Uma pessoa com tuberculose pulmonar elimina bacilos que ficam no ambiente. Outra pessoa que está no mesmo local pode espirar o ar com o bacilo, que vai para o tecido pulmonar, mas pode permanecer em latência (inatividade). Mas o bacilo pode se disseminar pelas vias linfáticas e, dessa maneira, levar à tuberculose ganglionar”, explica o infectologista.

O mesmo bacilo da tuberculose pulmonar também pode acometer, além dos pulmões e dos gânglios, laringe, osso, articulações e outros órgãos ou sistemas.

Como prevenir

A prevenção da tuberculose é feita pela imunização de crianças com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Outra maneira de prevenir a doença é identificar a “infecção latente de tuberculose”, que acontece quando uma pessoa convive com alguém que tem tuberculose. Nesse caso, é necessário procurar uma unidade de saúde. Pessoas que possuem o bacilo recebem tratamento para prevenir o adoecimento. Vale frisar que, com tratamento adequado, a tuberculose tem cura.

Saiba mais

A cantora Simaria deu entrada no Hospital Sírio-Libanês, no dia 12 de abril, com queixa clínica de emagrecimento e alterações gastrointestinais, segundo boletim médico. "Realizados exames laboratoriais que mostraram anemia e durante investigação específica ficou evidenciado aumento do gânglio supraclavicular à direita. Feita avaliação histopatológica que diagnosticou reativação de tuberculose ganglionar. A paciente recebeu alta hospitalar dia 17/04 e continuará tratamento em sua residência, sendo acompanhada pelo Prof. Dr. Roberto Kalil Filho e pelo Prof. Dr. David Uip e deverá permanecer afastada do trabalho pelo período de 30 dias."