Febre amarela: o que é preciso saber sobre o Aedes albopictus, que (também) carrega o vírus

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 19/02/2018 às 17:38
No Recife, a frequência do Aedes albopictus é maior em bairros como Dois Irmãos e Sítio dos Pintos, ambos na Zona Norte, do que em outros bairros mais urbanizados, como Brasília Teimosa, na Zona Sul (Foto ilustrativa: Pixabay)
No Recife, a frequência do Aedes albopictus é maior em bairros como Dois Irmãos e Sítio dos Pintos, ambos na Zona Norte, do que em outros bairros mais urbanizados, como Brasília Teimosa, na Zona Sul (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: No Recife, a frequência do Aedes albopictus é maior em bairros como Dois Irmãos e Sítio dos Pintos, ambos na Zona Norte, do que em outros bairros mais urbanizados, como Brasília Teimosa, na Zona Sul (Foto ilustrativa: Pixabay)

O Aedes albopictus, mosquito em que o vírus da febre amarela também foi detectado, começou a circular no Brasil na década de 1980, quando já havia passado mais de 40 anos do último registro da transmissão urbana do vírus. Ou seja, não se conhece a capacidade de transmissão dele, mas se sabe que o albopictus, diferentemente dos dois mosquitos silvestres transmissores do vírus (Haemagogus e Sabethes), também vivem em áreas urbanas. Além disso, ambientes como tonéis e calhas podem ser coabitados pelos dois Aedes: o albopictus e o aegypti.

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É o que explica a bióloga Alice Varjal, pesquisadora da Fiocruz Pernambuco. “O fato de o vírus da febre amarela ter sido encontrado no Aedes albopictus não significa que o mosquito seja transmissor da doença, embora mostre que ele é susceptível à infecção pelo vírus. A transmissão vai depender de outros fatores, como da presença do hospedeiro humano e de uma densidade grande desses mosquitos fazendo a transmissão entre os dois ambientes: silvestre e urbano”, esclarece a bióloga. É por isso que mais pesquisas são necessárias para avaliar a capacidade de transmissão do albopictus.

“Em Pernambuco, é um mosquito que pode ser encontrado em municípios onde há coberturas vegetais. Ele também participa do ciclo de transmissão de outras doenças, como chicungunha, zika e dengue. Percebemos que, à medida em que a cobertura vegetal vai diminuindo, a presença do albopictus se torna menor”, diz Alice. Ela exemplifica que, no Recife, a frequência desse mosquito é maior em bairros como Dois Irmãos e Sítio dos Pintos, ambos na Zona Norte, do que em outros bairros mais urbanizados, como Brasília Teimosa, na Zona Sul.