Vírus da febre amarela é detectado em Aedes albopictus; mosquitos também vivem em áreas urbanas

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 15/02/2018 às 17:30
Novos estudos são necessários para confirmar a capacidade vetorial (transmissão) do Aedes albopictus, pois a identificação do vírus da febre amarela no mosquito não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da doença (Foto: Rodrigo Lôbo/Acervo JC Imagem)
Novos estudos são necessários para confirmar a capacidade vetorial (transmissão) do Aedes albopictus, pois a identificação do vírus da febre amarela no mosquito não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da doença (Foto: Rodrigo Lôbo/Acervo JC Imagem) FOTO: Novos estudos são necessários para confirmar a capacidade vetorial (transmissão) do Aedes albopictus, pois a identificação do vírus da febre amarela no mosquito não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da doença (Foto: Rodrigo Lôbo/Acervo JC Imagem)

O Instituto Evandro Chagas (IEC), vinculado ao Ministério da Saúde, conseguiu detectar o vírus da febre amarela em mosquitos Aedes albopictus (popularmente conhecido como Tigre Asiático). Os mosquitos, que vivem em áreas rurais e urbanas, foram capturados em 2017, em áreas rurais próximas dos municípios de Itueta e Alvarenga, em Minas Gerais. Novos estudos são necessários para confirmar agora a capacidade vetorial (transmissão) do Aedes albopictus, pois a identificação do vírus no mosquito não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da doença.

O Ministério da Saúde informa que apoia o IEC e o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), que também participou da pesquisa, na nova fase do estudo, que culminará em novas capturas de mosquitos e avaliação do potencial de transmissão da doença.

Leia também:

‘Pernambuco tem baixíssimo risco de transmissão da febre amarela’, diz secretário de Saúde

Ministério da Saúde lista 5 fatores para explicar o baixíssimo risco de febre amarela urbana no Brasil

“O encontro do vírus no mosquito Aedes albopictus não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da febre amarela. Por isso, é preciso voltar a essas áreas para uma nova coleta de mosquitos e avaliar a capacidade de transmissão deles”, explicou o diretor do IEC, Pedro Vasconcelos, que concluiu descrevendo o cenário do Brasil com a febre amarela. "O que está ocorrendo no Brasil é que os casos de febre amarela estão ocorrendo em áreas onde não era recomendada a vacinação. Portanto, as pessoas estão suscetíveis porque não eram vacinadas. Por isso, a importância de se vacinarem nessa campanha e evitarem casos e mortes pela doença."

Assista ao programa sobre febre amarela na TV JC:

Sem casos urbanos

O Ministério da Saúde reitera que não há registro confirmado de febre amarela urbana no País nem registro de mosquitos Aedes aegypti infectados com o vírus da febre amarela. Todos os casos de febre amarela registrados no Brasil desde 1942 são silvestres, inclusive os atuais - ou seja, a doença foi transmitida por vetores que existem em ambientes de mata (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes). Além disso, o que caracteriza a transmissão silvestre, além da espécie do mosquito envolvida, é que os mosquitos transmitem o vírus e também se infectam a partir de um hospedeiro silvestre, no caso o macaco.

Números

De 1º de julho de 2017 a 15 de fevereiro deste ano, foram confirmados 407 casos de febre amarela no País, sendo 183 em São Paulo, 157 em Minas Gerais, 68 no Rio de Janeiro e 1 caso no Distrito Federal. Também foram registrados 118 óbitos em todo o País, 44 em Minas Gerais, 46 em São Paulo, 27 no Rio de Janeiro e uma morte no Distrito Federal. No mesmo período do ano passado, 532 casos e 166 óbitos foram confirmados. Os dados são preliminares e um novo boletim será divulgado nesta sexta-feira (16).