'Pernambuco tem baixíssimo risco de transmissão da febre amarela', diz secretário de Saúde

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 22/01/2018 às 14:42
"Pernambuco não tem a circulação do vírus até o presente momento e não registra casos confirmados há cerca de 90 anos", diz o secretário Estadual de Saúde, Iran Costa (Foto: Miva Filho/SES/Divulgação)
"Pernambuco não tem a circulação do vírus até o presente momento e não registra casos confirmados há cerca de 90 anos", diz o secretário Estadual de Saúde, Iran Costa (Foto: Miva Filho/SES/Divulgação) FOTO: "Pernambuco não tem a circulação do vírus até o presente momento e não registra casos confirmados há cerca de 90 anos", diz o secretário Estadual de Saúde, Iran Costa (Foto: Miva Filho/SES/Divulgação)

ARTIGO

Por Iran Costa, secretário de Saúde de Pernambuco 

Artigo publicado originalmente na página de Opiniões Jornal do Commercio de 21 de janeiro de 2018

Em 1937, a partir de um surto de febre amarela em Salvador e alastrado para o Brasil, foram criados os primeiros protocolos de combate à doença, o que culminou com o desenvolvimento da primeira vacina e com a eliminação da febre amarela urbana no País em 1942. Mas a doença de ciclo silvestre manteve-se presente na Região Amazônica de forma endêmica. No ano passado, o Ministério da Saúde foi notificado pelo Estado de Minas Gerais da ocorrência de casos de febre amarela silvestre. Desde então, o País convive com uma epidemia, afetando os estados de MG, ES, SP, RJ e BA. No entanto, Pernambuco, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), com confirmação de técnicos do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde, tem baixíssimo risco de transmissão da febre amarela. O Estado não tem a circulação do vírus até o presente momento e não registra casos confirmados há cerca de 90 anos. Além disso, as autoridades sanitárias do nosso Estado estão atentas e vigilantes.

Desde fevereiro de 2017, por determinação do governador Paulo Câmara, a Secretaria Estadual de Saúde tem realizado uma série de ações para prevenir, investigar e responder, de imediato, a qualquer suspeita de febre amarela. A Secretaria de Saúde implantou a vigilância de primatas não humanos em todo o Estado, com o objetivo de detectar precocemente a circulação do vírus. Desde 2017, foram 36 ocorrências em macacos, sem nenhum resultado positivo para a febre amarela. Além disso, houve a capacitação de médicos no manejo da doença e orientação aos profissionais dos municípios sobre as diretrizes de vigilância e vacinação. Tudo isso prepara o Estado para realizar todas as medidas necessárias, caso haja alguma suspeita ou confirmação.

Nos últimos dias, foram notificados e estão sendo investigados para febre amarela dois pacientes, que já receberam alta médica. Todavia, é pouquíssimo provável que ambos tenham sido infectados com a febre amarela. Eles tiveram apenas sintomas brandos, como dores na cabeça e no corpo, e o segundo já havia sido vacinado – o que, de acordo com os protocolos internacionais da doença, já seria suficiente para descartá-lo como febre amarela. Essas investigações só ressaltam que a rede de saúde do Estado está sensível para detectar a ocorrência de um possível caso.

A divulgação dos casos suspeitos e da situação do Sudeste do País levou a uma grande procura pela vacina contra a febre amarela nos postos de saúde. Mas é preciso alertar que o imunizante só deve ser aplicado, em Pernambuco, nas pessoas que vão viajar para as áreas do País, ou fora dele, onde há a circulação do vírus dessa doença. O Estado está devidamente abastecido da vacina contra febre amarela para o público que tem indicativo para o uso e todas as medidas sanitárias exigidas já estão sendo conduzidas.