Açaí contaminado pode ter relação com casos de transmissão oral da doença de Chagas no Amazonas

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 02/01/2018 às 14:16
Suspeita é de que a doença foi contraída pelo consumo de açaí contaminado. Alimento teria sido preparado por pequenos produtores locais (Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem)
Suspeita é de que a doença foi contraída pelo consumo de açaí contaminado. Alimento teria sido preparado por pequenos produtores locais (Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem) FOTO: Suspeita é de que a doença foi contraída pelo consumo de açaí contaminado. Alimento teria sido preparado por pequenos produtores locais (Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem)

Da Agência Brasil

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas confirmou, nesta terça-feira (2), a notificação de três casos de doença de Chagas aguda por transmissão oral procedentes do município de Lábrea, a 702 quilômetros de Manaus. Dois pacientes estão em tratamento na capital do Estado e um terceiro segue sob acompanhamento médico em Lábrea. Outros dois casos estão sendo investigados.

A suspeita é que a doença foi contraída por meio do consumo de açaí contaminado. O alimento teria sido preparado por pequenos produtores locais, e não há indícios de comercialização para outras cidades.

O presidente da Fundação de Vigilância em Saúde, Bernardino Albuquerque, informou que a fiscalização foi reforçada no município. “Nós temos trabalhado com essa questão da sensibilização e a educação desses produtores. Na maioria das vezes, o que ocorre é a presença do barbeiro que eventualmente é triturado junto com o açaí.”

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A doença de Chagas aguda de transmissão oral é uma doença infecciosa grave, causada por um protozoário conhecido por Trypanosoma cruzi. Ele é transmitido pela ingestão de alimento contaminado com os parasitas presentes nas fezes dos insetos vetores, chamados de barbeiros.

Os doentes podem apresentar um quadro de febre constante, inicialmente elevada, diarreia, vômito, dores de cabeça e musculares. Casos complicados podem evoluir com manifestações cardíacas, além do comprometimento do fígado e baço.

O diagnóstico precoce e o tratamento imediato previnem as formas crônicas da doença e a ocorrência de óbitos.