Férias, praia e verão: saiba como as crianças podem curtir a temporada de sol sem riscos

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 17/12/2017 às 10:27
Pilar foi protagonista de um ensaio de fotos na praia aos 6 meses. E hoje, com 2 anos, ela continua investindo na proteção solar como aliada para barrar os danos do sol (Foto: Deborah Ghelman/Divulgação)
Pilar foi protagonista de um ensaio de fotos na praia aos 6 meses. E hoje, com 2 anos, ela continua investindo na proteção solar como aliada para barrar os danos do sol (Foto: Deborah Ghelman/Divulgação) FOTO: Pilar foi protagonista de um ensaio de fotos na praia aos 6 meses. E hoje, com 2 anos, ela continua investindo na proteção solar como aliada para barrar os danos do sol (Foto: Deborah Ghelman/Divulgação)

O sol é amigo da infância. Esse é o lema de uma campanha, criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia/Regional de São Paulo (SBD/RESP) há cinco anos e que permanece a todo o vapor para orientar famílias sobre cuidados que devem ser adotados no dia a dia das crianças durante a exposição à radiação ultravioleta.

Como você se protege do sol? Faça o teste e descubra:

Conecte-se ao Facebook, clique na imagem abaixo, responda o nosso quiz e compartilhe o seu resultado com os amigos.

De um lado, tomar sol adequadamente é essencial para a manter a saúde dos pequenos em equilíbrio porque favorece a produção de vitaminas para o crescimento e que fixam o cálcio nos ossos. Na direção oposta, crianças que não se cercam de cuidados diante dos raios solares correm o risco de sofrer com queimaduras e, com o avançar da idade, desenvolver o câncer de pele – o tipo de tumor mais incidente no Brasil.

Leia também: Guarda-sol não oferece proteção contra raios ultravioleta e favorece queimadura solar, diz estudo

Assista ao programa sobre cuidados com o sol na TV JC:

“A prevenção deve ser iniciada na infância porque aproximadamente 50% de toda a radiação ultravioleta a qual somos expostos ao longo da vida são recebidos até os 18 anos. Isso acontece porque, mais do que os adultos, as crianças permanecem numa maior frequência sob os efeitos do sol durante atividades ao ar livre”, destaca o dermatologista Paulo Criado, criador da Campanha de Educação em Exposição Solar na Infância em parceria com a Mauricio de Sousa Produções e que alcançou mais de 200 mil crianças no Estado de São Paulo.

"É possível evitar os problemas causados pela exposição solar. Para isso, é preciso apreender a usar o melhor que o sol tem a nos dar", salienta a dermatologista Misia Martins, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia/Regional PE (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem)

Recentemente a revista científica Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology publicou os efeitos desse trabalho de educação sobre exposição solar na infância. “O estudo revelou que as crianças, que receberam orientações sobre o assunto nas escolas, mostraram que aprenderam bastante sobre fotoproteção passados três meses da realização das ações nas instituições de ensino”, informa Paulo. O depoimento do médico reforça como é válido desenvolver experiências lúdicas para estimular a adoção de comportamentos que evitam lesões na pele a curto ou longo prazos.

Leia também: E este calor? Índice ultravioleta chega ao nível extremo no Recife antes mesmo do verão

“Os danos na pele causados pela radiação solar são cumulativos. Quanto mais cedo for iniciada a proteção solar, menores serão os riscos de se ter um câncer de pele na vida adulta”, frisa a dermatologista Camila Dornelas, da Clínica Vanità.

"O uso do filtro deve ser iniciado a partir dos 6 meses. E não deve ser aplicado só quando se vai à praia, mas também à escola e a ambientes abertos", frisa a dermatologista Camila Dornelas (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem)

A pequena Pilar, 2 anos, já sabe o quanto é divertido brincar à luz do sol toda protegida. “Vamos à praia quase todos os fins de semana, e ela adora. Como é muito branquinha, usa sempre filtro solar, chapéu, camisa e até óculos escuros. Além disso, regulamos os horários e investimos na hidratação”, conta a mãe da menina, a jornalista Rebeka Maciel.

Curtir a praia como faz Pilar é a atitude preconizada pelos especialistas. “Não queremos afastar as pessoas do sol. Orientamos que elas não tenham danos. Afinal, é a queimadura solar que promove a lesão celular, o que leva a mutações. Isso pode propiciar o câncer de pele com o avançar dos anos e favorecer o aparecimento de outras doenças desencadeadas por uma exposição crônica ao sol”, alerta a vice-presidente da SBD/Regional Pernambuco, Misia Martins.

Às vésperas do verão

Neste Dezembro Laranja, movimento de combate ao câncer de pele, também devemos lembrar que estamos às vésperas do início do verão. A estação, queridinha dos brasileiros, começa justamente no período em que começam as férias escolares, que são um convite para viagens a praias e para atividades de lazer ao ar livre.

E é por isso que não devemos deixar de lado os cuidados que blindam o corpo contra os raios solares, principalmente na infância – fase da vida em que é recebida a maior parte da radiação ultravioleta a que somos expostos ao longo da vida. Mas a população precisa colocar em prática atitudes que protegem a pele das crianças dos danos que vêm com exposição ao sol.

Essa é uma constatação, inclusive, de uma pesquisa apresentada recentemente pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e realizada pelo Datafolha. O levantamento ouviu 2.069 mil brasileiros em 130 cidades. Preocupante saber que, entre os entrevistados com filhos até 15 anos, 20% dessas crianças e adolescentes não se protegem de forma alguma nas atividades de lazer. Mudar essa realidade se faz necessário. O motivo? Porque brincar ao sol com proteção é bem mais divertido e saudável.