No Brasil, 30% dos idosos têm dificuldade para realizar atividades de autocuidado no dia a dia

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 06/11/2017 às 16:50
O Brasil possui a 5ª maior população idosa do mundo, com cerca de 29,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Cerca de 30% têm dificuldade para realizar atividades da vida diária, como preparar alimentos, cuidar da casa, se deslocar, vestir-se e alimentar-se (Foto: Pixabay)
O Brasil possui a 5ª maior população idosa do mundo, com cerca de 29,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Cerca de 30% têm dificuldade para realizar atividades da vida diária, como preparar alimentos, cuidar da casa, se deslocar, vestir-se e alimentar-se (Foto: Pixabay) FOTO: O Brasil possui a 5ª maior população idosa do mundo, com cerca de 29,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Cerca de 30% têm dificuldade para realizar atividades da vida diária, como preparar alimentos, cuidar da casa, se deslocar, vestir-se e alimentar-se (Foto: Pixabay)

Lançada nesta segunda-feira (6/11), a Estratégia Nacional para o Envelhecimento Saudável, do Ministério da Saúde, traz pela primeira vez orientações aos profissionais de saúde e gestores para aumentar a qualidade de vida dos idosos, que representarão cerca de 20% dos brasileiros em 2030. Com as novas medidas, o atendimento a pessoas com 60 anos ou mais deve priorizar avaliação funcional e psicossocial, além dos dados clínicos. O objetivo é reduzir a perda da autonomia, aumentar o desempenho cognitivo e a sobrevida desses pacientes.

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O Brasil possui a quinta maior população idosa do mundo, com cerca de 29,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Desse total, 69,9% são independentes para o autocuidado e 30,1% têm alguma dificuldade para realizar atividades da vida diária, segundo estudo publicado na Revista de Saúde Pública deste ano. Dessa parcela, 17,3% tem muita dificuldade com atividades instrumentais, que são aquelas diárias, como preparar alimentos, cuidar da casa, se deslocar; e outros 6,8% apresentam dificuldades com atividades básicas, como vestir-se e alimentar-se.

Preocupa também o avanço das doenças crônicas nessa população. Atualmente, entre os idosos de 60 a 69 anos, 25,1% tem diabetes, 57,1% foram diagnosticados com hipertensão, além de a maioria estar com excesso de peso (63,5%) e 23,1% com obesidade.

"O Brasil está com a projeção de ter um crescimento de pessoas idosas muito maior que outros países e de forma muito acelerada. Com isso, precisamos estar mais preparados para essa nova realidade, e é justamente isso que estamos fazendo. A nossa proposta é que o olhar não seja focado apenas na doença, e sim na saúde. Ou seja, vamos parar de financiar a doença e investir em um atendimento integral à população idosa, justamente para evitar que essas pessoas desenvolvam doenças”, destaca o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Avanço

De acordo com as estimativas, em 2030, o número de brasileiros idosos ultrapassará o de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos e representará 41,5 milhões de pessoas, ou 18,7% da população. Entre os destaques das ações anunciadas pelo Ministério da Saúde, está a implementação do atendimento multidimensional em que o foco deixa de ser apenas na doença. O cuidado passa a ser orientado pela avaliação clínica, psicossocial e funcional para se identificar as reais necessidades de cada caso. Assim, o acompanhamento desses pacientes será norteado a partir de um projeto terapêutico individual, com ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos, tratamentos, reabilitação e cuidados paliativos.