Câncer de mama: despreze as milhões de desculpas para não fazer a mamografia

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 14/10/2017 às 16:40
Quanto mais cedo o câncer de mama for descoberto, mais altas as chances de cura. Por isso, certamente, a mamografia tenha sido um dos exames mais debatidos, na área médica, nos últimos anos (Foto:  Fernando da Hora/Acervo JC Imagem)
Quanto mais cedo o câncer de mama for descoberto, mais altas as chances de cura. Por isso, certamente, a mamografia tenha sido um dos exames mais debatidos, na área médica, nos últimos anos (Foto: Fernando da Hora/Acervo JC Imagem) FOTO: Quanto mais cedo o câncer de mama for descoberto, mais altas as chances de cura. Por isso, certamente, a mamografia tenha sido um dos exames mais debatidos, na área médica, nos últimos anos (Foto: Fernando da Hora/Acervo JC Imagem)

Quando deve ser realizada a primeira mamografia? Aos 40 anos, como indica a Sociedade Brasileira de Mastologia, ou aos 50, segundo recomendação do Sistema Único de Saúde? O intervalo entre um exame e outro deve ser de um ou dois anos? As respostas sobre periodicidade e idade de início da mamografia são passíveis de polêmicas, mas um detalhe é consenso: as mulheres precisam conhecer as mamas para estarem atentas frente a qualquer alteração que possa ser investigada precocemente. Para outra singularidade, também não vale fechar os olhos: quanto mais cedo o câncer de mama for descoberto, mais altas as chances de cura. Por isso, certamente, a mamografia tenha sido um dos exames mais debatidos, na área médica, nos últimos anos.

Leia também:

Mais da metade das pacientes em PE só começam a tratar o câncer de mama após prazo legal

Câncer de mama: plataforma digital tira dúvidas sobre direitos das mulheres com a doença

‘Não deixei o câncer de mama dar rumo à minha vida. Eu dava as ordens’, diz tripulante que venceu a doença

Toda essa discussão leva a uma vigilância das mamas de forma mais cautelosa. Há situações em que, entre 35 e 40 anos, o médico já solicita a primeira mamografia, mesmo que a paciente não faça parte dos grupos de risco (como o fato de ter parentes de primeiro grau com a doença). Nessa faixa etária, a mamografia geralmente serve de base para avaliar condições da mama e possibilitar exames comparativos futuros. “Se der tudo normal, solicita-se o exame só após os 40. E no caso de aparecer alteração (seja no ultrassom ou na mamografia), encaminhamos para um mastologista recomendar outros testes”, diz a ginecologista Izabel Christina Carneiro.

"Devemos estimular as pacientes a assumirem um compromisso para ficarem atentas a si mesmas. Dessa forma, elas têm a sensação de que estão sendo cuidadas por nós”, frisa a ginecologista Izabel Christina Carneiro (Foto: Guga Matos/JC Imagem)

A especialidade da qual a médica faz parte é que apresenta, na maioria dos casos, às mulheres os caminhos para se começar o rastreamento do câncer de mama. “Fazemos, quando necessário, o intermédio com o mastologista, radiologista, ultrassonografista e outras especialidades. Essa parceria é muito importante para o bem-estar da mulher e o tratamento”, esclarece Izabel.

Nesse cenário de vigilância, outros exames de imagem também corroboram a eficácia do rastreamento. “A ressonância magnética não tem a radiação da mamografia e pode ser indicada, por exemplo, para pacientes com fatores de risco já a partir dos 25 anos”, esclarece a médica Beatriz Maranhão, especialista em radiologia de mama. Ela acrescenta que, tanto para a mamografia como para a ressonância magnética, a ultrassonografia vem para somar, pois completa a investigação das mamas.

“É importante que, mesmo as mulheres mais jovens, procurem se cuidar e façam seus exames, como um ultrassom das mamas. São comportamentos como esse que possibilitam detecção do tumor em estágios iniciais”, conclui Beatriz Maranhão.

"Não há um ‘combo de exames’ a ser solicitado para todas as mulheres. Para cada tipo de mama, existe um rastreio. Os casos são analisados individualmente", salienta a médica radiologista Beatriz Maranhão (Foto: Thiago Carvalho/Divulgação)