Redação no Enem 2017: veja 8 temas de saúde que podem cair na prova

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 13/10/2017 às 16:21
A prova de redação do Enem deve ter 30 linhas no máximo e exige a produção de um texto dissertativo-argumentativo a partir de uma situação-problema  (Foto ilustrativa: Pixabay)
A prova de redação do Enem deve ter 30 linhas no máximo e exige a produção de um texto dissertativo-argumentativo a partir de uma situação-problema (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: A prova de redação do Enem deve ter 30 linhas no máximo e exige a produção de um texto dissertativo-argumentativo a partir de uma situação-problema (Foto ilustrativa: Pixabay)

Os feras estão na contagem regressiva para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017. Faltam poucos dias para o primeiro bloco de provas, em 5 de novembro. É o dia de aplicação da redação, que deve ter 30 linhas no máximo e exige a produção de um texto dissertativo-argumentativo a partir de uma situação-problema (política, social ou cultural).

A pedido do blog Casa Saudável, a professora de português e redação Fernanda Bérgamo listou oito prováveis temas de saúde para a redação do Enem. "São assuntos que abordei neste ano com os alunos", diz a professora.

A professora Fernanda Bérgamo indica possíveis temas de redação para o Enem 2017 (Foto: Divulgação)

Confira: 

- Alcoolismo no Brasil: um problema social ou familiar?

Por que se aposta no tema: Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgados em maio deste ano, revelaram que o consumo de álcool per capita aumentou 43,5%, em dez anos, no Brasil. Em 2006, o brasileiro a partir de 15 anos bebia o equivalente a 6,2 litros de álcool puro por ano. Em 2015, a taxa chegou a 8,9. Esse índice coloca o País na 49ª posição do ranking entre os 193 avaliados. Também segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem a cada ano no mundo devido ao consumo excessivo de álcool. O índice chega a 4% do total da mortalidade mundial e é maior do que as mortes registradas em decorrência da aids ou tuberculose.

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- Alimentação saudável: um desafio para todas as sociedades modernas

No Brasil, apenas um, entre três adultos, consome frutas e hortaliças em cinco dias da semana (Foto: Pixabay)

Por que se aposta no tema: A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais do País e divulgada em abril deste ano, mostra a mudança no hábito alimentar da população. Os dados apontam uma diminuição da ingestão de ingredientes considerados básicos e tradicionais na mesa do brasileiro. O consumo regular de feijão diminuiu 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016. E apenas um, entre três adultos, consome frutas e hortaliças em cinco dias da semana. Esse quadro mostra a transição alimentar no Brasil, onde predominava a a desnutrição. Agora, o País está entre os que apresentam altas prevalências de obesidade.

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- Depressão no mundo contemporâneo: um mal recorrente no Brasil não só entre os jovens

Mudanças comportamentais podem alertar para a possibilidade de depressão na infância e na adolescência. Entre os sinais de alerta, tédio crônico ou perda de interesse em atividades de lazer que eram desfrutadas (Foto ilustrativa: Free Images)

Por que se aposta no tema: “A depressão afeta não só você, mas os que estão à sua volta: sua família, seus amigos e colegas (...) Devido ao estigma, poucos querem falar sobre ela”, disse a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS), Carissa F. Etienne, em abril deste ano, durante evento sobre um tema que deve ser considerado em todas as fases da vida. Alguns transtornos mentais têm início na infância ou na adolescência, enquanto outros são mais comuns na fase adulta ou ao longo do envelhecimento. "O medo e a insegurança nas cidades aumentam na população os níveis de estresse e ansiedade, que são um fator de risco importante para quadros depressivos. Nos países em desenvolvimento, esse cenário é muito crítico. Estimava-se que, apenas em 2020, a depressão seria o transtorno que mais causaria comprometimento, mas essa percepção foi antecipada", frisou a psiquiatra Kátia Petribú, em entrevista durante o programa Casa Saudável, na TV JC, no Dia Mundial da Saúde (7/4) deste ano. A Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu a data para estimular os países a chamarem a atenção para a depressão, com o intuito de derrubar o estigma associado a esse distúrbio democrático: não discrimina por idade, raça ou história pessoal.

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- Doação de órgãos no Brasil: um ato de solidariedade

Por que se aposta no tema: Em setembro deste ano, o Ministério da Saúde divulgou que o Brasil registrou o maior número de doadores de órgãos da história. No primeiro semestre de 2017, 1.662 famílias que perderam parentes próximos autorizaram a doação de órgãos - 16% a mais que no mesmo período do ano passado. Contudo, o Ministério da Saúde alerta para o alto índice de recusas: 43% das famílias ainda dizem não e muitas vidas deixam de ser salvas. Dessa maneira, o governo federal lançou a campanha Família, quem você ama pode salvar vidas, no Dia Nacional do Doador de Órgãos (27/9), cujo objetivo é sensibilizar a população para a importância da doação de órgãos.

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- HIV: um mal ainda recorrente entre os jovens no Brasil

Por que se aposta no tema: Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, com dados divulgado em setembrpo deste ano, revela que atualmente 827 mil pessoas vivem com HIV e aids no Brasil. O levantamento mais recente mostra que a epidemia de aids tem se concentrado, principalmente, entre populações vulneráveis e mais jovens. Destaca-se o aumento de casos na faixa etária de 15 a 24 anos. Um detalhe é que, entre 2006 e 2015, a taxa entre aqueles com 15 e 19 anos mais do que triplicou, passando de 2,4 para 6,9 casos a cada 100 mil habitantes. Entre os jovens de 20 a 24 anos, a taxa dobrou, passando de 15,9 para 33,1 casos a cada 100 mil habitantes.

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- Obesidade no Brasil: uma questão não só de falta de informação

Obesidade é uma doença crônica que tende a piorar com o passar dos anos, se a pessoa não fizer tratamento adequado e contínuo (Foto ilustrativa: Free Images)

Por que se aposta no tema: A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais do País e divulgada em abril, revelou que o brasileiro está mais obeso. Em 10 anos, a prevalência da obesidade passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, atingindo quase um em cada cinco brasileiros. Recentemente a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), em parceria com a Associação para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), abraçaram campanha educativa para mostrar que a obesidade deve ser tratada com respeito e de forma responsável, sem sensacionalismo e sem destaque para dietas milagrosas, que colocam em risco a saúde e a vida. Sociedades médicas, como a SBEM e a Abeso, advertem que a obesidade não é culpa da pessoa, mas uma doença crônica com diversas causas e que precisa da criação de políticas públicas de prevenção e tratamento multidisciplinar.

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- Vacinação, sobrevivência que precisa ser defendida

Por que se aposta no tema: Em setembro deste ano, o Ministério da Saúde lançou uma campanha de multivacinação. Foram convocados mais de 47 milhões de crianças menores de 5 anos, crianças de 9 anos e também adolescentes de 10 a 15 anos incompletos para atualizarem o calendário vacinal. Mais da metade (53%) desse público já deveriam ter sido estar com o seu calendário de vacinação completo, e o Ministério alerta sobre os riscos da baixa cobertura vacinal. Tanto as crianças como a população em geral ficam protegidas com o calendário de vacinação em dia. Por isso, é importante reforçar o acesso às vacinas, ao alertar sobre a importância de manter elevadas coberturas vacinais, o que evita o reaparecimento de doenças já controladas ou mesmo eliminadas no País.

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- Bullying nas escolas: uma prática antiga com consequências sérias 

Combater o bullying é um passo fundamental para o enfrentamento da violência escolar (Foto ilustrativa: Pixabay)

Por que se aposta no tema: O bullying (série de agressões físicas e psicológicas) pode e deve ser combatido. Esse é um passo fundamental para o enfrentamento da violência escolar. O assunto ganhou destaque com a popularização, neste ano, da série que despertou interesse em jovens de todo o mundo: 13 reasons why (Os 13 porquês, em português), produzida pela Netflix. A série é baseada em um livro homônimo. Durante os episódios, uma estudante tira a própria vida. E não foi para chamar a atenção. A jovem era vítima de bullying. Dessa maneira, a série levou a mídia e os especialistas a debaterem, em todo o Brasil, sobre o impacto dos incidentes de bullying nos aspectos emocionais dos adolescentes, o que é extremamente prejudicial para as vítimas e interfere diretamente na qualidade da saúde mental.

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Como os feras se preparam

"Já fiz algumas redações sobre bullying e suas consequências", conta a estudante Júlia Branco Soares, 18 anos (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem)

"Pretendo cursar medicina e, para conseguir uma vaga na universidade, a prova de redação é fundamental. Apesar de 'apenas' peso 1, ela faz diferença na hora da pontuação final. Para a redação deste ano, muitos são os temas cotados. Entre eles, temas relacionados à saúde, como: obesidade e bullying. Com o Enem chegando, vêm também o nervosismo e a ansiedade. Algumas dicas ajudam: precisamos fazer redações sobre alguns dos temas que estão mais em alta. Eu, por exemplo, já estudei e escrevi sobre bullying e as suas consequências", conta a estudante Júlia Branco Soares, 18 anos 

Ansiedade pode impactar desempenho na hora da prova de redação

"Dormir bem é mais um aspecto fundamental para a consolidação do aprendizado", frisa o psiquiatra Amaury Cantilino (Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem)

"O estresse e a ansiedade ajudam a pessoa a tomar providências para alcançar aquilo o que deseja ou para que evite aquilo que teme. Normalmente, o estresse e a ansiedade são mobilizadores. No entanto, quando em excesso, levam à dificuldade de concentração, já que a pessoa se envolve muito com as suas preocupações. Além disso, alguns se sentem paralisados pela ansiedade e pelo medo, o que acaba por comprometer o desempenho. Dormir bem é mais um aspecto fundamental para a consolidação do aprendizado. Se o indivíduo não dorme a quantidade de horas de que precisa (6 a 8 horas, para a maioria das pessoas), acaba por ter dificuldade em reter as informações adquiridas ao longo do dia. O sono também tem um papel repositor de energia mental. Quem não dorme bem acaba por ter sonolência e lentidão do processamento cognitivo. Dessa maneira, são frequentes as queixas de memória ineficiente e raciocínio lento", destaca o psiquiatra Amaury Cantilino, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Leia também: Como os jovens devem lidar com estresse e ansiedade às vésperas das provas

Fazer uma estrutura de texto diferente do tipo dissertativo-argumentativo pode levar a uma nota zero na redação do Enem (Foto: Pixabay)

Lembre-se de tudo o que pode te dar nota zero na redação do Enem:

Fugir do tema proposto

Não atender a proposta pedida

Desrespeitar os direitos humanos

Entregar a folha de redação sem algo escrito

Usar parte de texto desconectada do tema proposto

Escrever só sete linhas, qualquer que seja o conteúdo

Usar impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação

Fazer uma estrutura de texto diferente do tipo dissertativo-argumentativo

E não esqueça: as linhas com cópia dos textos motivadores do Caderno de Questões são desconsideradas na correção e na contagem do mínimo de linhas.