'Ficar sentado é o novo fumar', diz médica ao comparar os males do tabagismo com os do sedentarismo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/09/2017 às 15:17
Já é possível fazer, segundo médica, uma conexão de que, quanto mais tempo a pessoa passa sentada, maior é o risco de mortalidade por doenças ligadas ao peso e à falta de exercícios (Foto: Pixabay)
Já é possível fazer, segundo médica, uma conexão de que, quanto mais tempo a pessoa passa sentada, maior é o risco de mortalidade por doenças ligadas ao peso e à falta de exercícios (Foto: Pixabay) FOTO: Já é possível fazer, segundo médica, uma conexão de que, quanto mais tempo a pessoa passa sentada, maior é o risco de mortalidade por doenças ligadas ao peso e à falta de exercícios (Foto: Pixabay)

"Ficar sentado é o novo 'fumar'. Não se movimentar e não buscar um estilo de vida saudável são (atitudes) extremamente prejudiciais. Atualmente, já é possível fazer uma conexão de que, quanto mais tempo a pessoa passa sentada, maior é o risco de mortalidade por doenças ligadas ao sobrepeso e à falta de exercícios", afirma Rita Raman, médica pediatra pela Universidade de Oklahoma, em palestra no 21º Congresso Brasileiro de Nutrologia, que é realizado em São Paulo até o próximo sábado (30).

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A obesidade está associada a diversas doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares, taxas altas de colesterol, artrite e doenças nas articulações, doenças autoimunes e problemas psicossociais. Paralelamente, o sedentarismo é um dos piores fatores que contribuem para o aparecimento e agravo de problemas de saúde,

Os problemas psicossociais e as dificuldades na farmacoterapia antiobesidade também foram abordados pelo médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). "Alguns governos ainda não compreendem a importância do tratamento de uma doença crônica, como a obesidade, através de agentes farmacológicos. Uma pessoa hipertensa sem o devido remédio terá crise de pressão alta. O obeso sem o remédio engorda e sofre discriminações", pontua.

Para ele, a comparação é inevitável. "Quantas vezes você já não ouviu: 'você engordou, mas você não estava tomando 'aquele' remédio?". Nem sempre a farmacoterapia é indicada. Portanto, existe a necessidade de um acompanhamento médico especializado.

Para a presidente da Sociedade Paraguaia de Nutrição, Maria Cristina Jimenez, é fundamental compor uma equipe multidisciplinar para o combate à obesidade. "Médicos nutrólogos, endocrinologistas, cardiologistas, psicólogos e nutricionistas devem compor uma equipe para combater a doença. Uma pessoa que reduz de 5% a 10% promove uma melhora corporal em curto prazo, mas nunca a homeostase energética (o gasto energético, que é a interação metabólica que mantém a energia do corpo para sobrevivência em curto e longo prazo) será a mesma entre ex-obesos e magros", destaca Maria Cristina.