"Ficar sentado é o novo 'fumar'. Não se movimentar e não buscar um estilo de vida saudável são (atitudes) extremamente prejudiciais. Atualmente, já é possível fazer uma conexão de que, quanto mais tempo a pessoa passa sentada, maior é o risco de mortalidade por doenças ligadas ao sobrepeso e à falta de exercícios", afirma Rita Raman, médica pediatra pela Universidade de Oklahoma, em palestra no 21º Congresso Brasileiro de Nutrologia, que é realizado em São Paulo até o próximo sábado (30).
Leia também:
Sedentarismo leva a um círculo vicioso; entenda por que ele é um dos principais inimigos da saúde
A obesidade está associada a diversas doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares, taxas altas de colesterol, artrite e doenças nas articulações, doenças autoimunes e problemas psicossociais. Paralelamente, o sedentarismo é um dos piores fatores que contribuem para o aparecimento e agravo de problemas de saúde,
Os problemas psicossociais e as dificuldades na farmacoterapia antiobesidade também foram abordados pelo médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). "Alguns governos ainda não compreendem a importância do tratamento de uma doença crônica, como a obesidade, através de agentes farmacológicos. Uma pessoa hipertensa sem o devido remédio terá crise de pressão alta. O obeso sem o remédio engorda e sofre discriminações", pontua.
Para ele, a comparação é inevitável. "Quantas vezes você já não ouviu: 'você engordou, mas você não estava tomando 'aquele' remédio?". Nem sempre a farmacoterapia é indicada. Portanto, existe a necessidade de um acompanhamento médico especializado.
Para a presidente da Sociedade Paraguaia de Nutrição, Maria Cristina Jimenez, é fundamental compor uma equipe multidisciplinar para o combate à obesidade. "Médicos nutrólogos, endocrinologistas, cardiologistas, psicólogos e nutricionistas devem compor uma equipe para combater a doença. Uma pessoa que reduz de 5% a 10% promove uma melhora corporal em curto prazo, mas nunca a homeostase energética (o gasto energético, que é a interação metabólica que mantém a energia do corpo para sobrevivência em curto e longo prazo) será a mesma entre ex-obesos e magros", destaca Maria Cristina.