Prevenção ao suicídio: Pfizer e CVV lançam videocase para romper estereótipos associados à depressão

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 07/09/2017 às 19:48
O Setembro Amarelo (campanha com objetivo de conscientizar sobre a valorização da vida) reforça como é essencial chamar a atenção para uma triste realidade: no Brasil, ocorrem 32 mortes, em média, por suicídio diariamente
O Setembro Amarelo (campanha com objetivo de conscientizar sobre a valorização da vida) reforça como é essencial chamar a atenção para uma triste realidade: no Brasil, ocorrem 32 mortes, em média, por suicídio diariamente FOTO: O Setembro Amarelo (campanha com objetivo de conscientizar sobre a valorização da vida) reforça como é essencial chamar a atenção para uma triste realidade: no Brasil, ocorrem 32 mortes, em média, por suicídio diariamente

O debate sobre prevenção ao suicídio vem ganhando mais espaço na sociedade, mas ainda é preciso avançar no entendimento dos aspectos médicos ligados ao problema. Mais de 90% dos casos de suicídio, estão associados a distúrbios mentais, segundo a Organização Mundial de Saúde. E os transtornos de humor, em especial a depressão, representam o diagnóstico mais frequente (36%). Também estão relacionados ao problema o alcoolismo (23%), esquizofrenia (14%) e transtornos de personalidade (10%).

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Para desmistificar o assunto, desde 2014 o Brasil participa da campanha mundial Setembro Amarelo, com foco na prevenção do suicídio. Neste ano, a Pfizer firmou uma parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV) para criar uma ação digital de conscientização. Um videocase vinculado ao universo do teatro, disseminado pela hashtag #naoehsotristeza, tem como objetivo desconstruir estereótipos associados à depressão, esclarecendo que se trata de uma doença complexa, com vários componentes biológicos e que deve ser tratada adequadamente.

"Muitos acreditam que o suicídio resulta de uma escolha livre, entre a vida e a morte. Na verdade, em quase 100% dos casos ele está associado à doença mental. A literatura médica indica que, em apenas 3,2% das vítimas, não se chegou a um diagnóstico. E esses transtornos mentais alteram a percepção da realidade e podem interferir no livre-arbítrio", diz o psiquiatra José Alberto Del Porto, professor-titular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Existe tratamento

"Considerando a relação entre transtornos mentais e suicídio, o diagnóstico precoce deve ser prioridade. E desmistificar o assunto, encorajando as pessoas na busca por auxílio médico, é uma contribuição para a sociedade", afirma o diretor médico da Pfizer, Eurico Correia. "Estamos falando de doenças para as quais existe tratamento. Isso significa que o suicídio, em grande parte, pode ser prevenido."

Presidente do CVV, Robert Paris destaca a importância do suporte social aos pacientes com depressão. "O apoio e o estimulo à inclusão em grupos e vivências sociais que valorizem a pessoa são fundamentais", diz. Reconhecido pelo Ministério da Saúde, o CVV presta um serviço gratuito de prevenção do suicídio. Os voluntários atendem todos que buscam apoio emocional, de forma sigilosa, seja em algum posto do CVV, por telefone (141) ou pelos canais da instituição na web.