Fiocruz Pernambuco descobre substância capaz de bloquear o zika vírus

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 15/08/2017 às 12:40
O zika é um dos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti e associado ao aumento dos casos de microcefalia e síndromes neurológicas (Foto ilustrativa: Pixabay)
O zika é um dos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti e associado ao aumento dos casos de microcefalia e síndromes neurológicas (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: O zika é um dos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti e associado ao aumento dos casos de microcefalia e síndromes neurológicas (Foto ilustrativa: Pixabay)

Com informações da Fiocruz Pernambuco

A descoberta de uma substância capaz de bloquear a produção do vírus zika em células epiteliais e neurais, realizada por pesquisadores do Departamento de Virologia e Terapia Experimental da Fiocruz Pernambuco, está publicada na revista científica International Jornal of Antimicrobial Agents. O estudo mostra a atividade antiviral da substância 6-metilmercaptopurina ribosídica (6MMPr) contra o tipo de vírus zika que circula no Brasil.

O pesquisador Lindomar Pena, que coordena o estudo, explicou como aconteceram os testes in vitro. Utilizando em todos os ensaios células epiteliais e neurais, os cientistas introduziram o 6MMPr, experimentando diferentes tempos e dosagens. O resultado foi a diminuição da produção de vírus zika em mais de 99%, em ambas as linhas celulares. O estudo também constatou que a 6MMPr se mostrou menos tóxica para as células neurais, o que é um bom indicativo para futuros tratamentos de infecções no sistema nervoso. “Diante das manifestações neurológicas associadas ao zika vírus e os defeitos congênitos provocados pelo mesmo, o desenvolvimento de antivirais seguros e efetivos são de extrema urgência e importância”, afirma o pesquisador.

Tendo a 6MMPr se mostrado como promissor candidato antiviral contra o vírus zika, a pesquisa segue agora para uma avaliação in vivo adicional. O estudo, que teve duração de um ano, contou com recursos financeiros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe).