OMS, Fiocruz e Hospital das Clínicas investigam persistência do zika vírus em humanos

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 25/07/2017 às 18:54
Um dos objetivos do estudo é analisar transmissibilidade da doença entre humanos e se vírus pode reaparecer em fase posterior à inatividade (Foto ilustrativa: Alexandre Gondim / JC Imagem)
Um dos objetivos do estudo é analisar transmissibilidade da doença entre humanos e se vírus pode reaparecer em fase posterior à inatividade (Foto ilustrativa: Alexandre Gondim / JC Imagem) FOTO: Um dos objetivos do estudo é analisar transmissibilidade da doença entre humanos e se vírus pode reaparecer em fase posterior à inatividade (Foto ilustrativa: Alexandre Gondim / JC Imagem)

Uma parceria entre o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE) com a Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco (Fiocruz-PE) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) está investigando a persistência do zika vírus em fluidos de seres humanos. Financiada e coordenada pela OMS, a pesquisa ZikaBRA tem como objetivo mapear por quanto tempo o vírus - já detectado no sangue, urina, sêmen, fluidos cerebrais e espinhais - pode ficar ativo no organismo, podendo provocar a transmissibilidade da doença entre humanos e se o vírus pode permanecer inativo e reaparecer numa fase posterior.

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Os pacientes diagnosticados com a arbovirose pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá e por Postos de Saúde do Distrito 4 do Recife (nos bairros Várzea e Engenho do Meio) terão uma agenda de coleta de seus fluidos no HC para o acompanhamento da pesquisa. “A transmissibilidade sexual, por exemplo, já está comprovada. Mas por quanto tempo o vírus atua? É importante avaliar o impacto dessa doença ao longo do tempo”, explica o professor da UFPE e médico do HC, Carlos Brito, coordenador da parte clínica do projeto no Recife.

Uma gama de fluidos corporais será recolhida dos participantes da pesquisa durante 24 meses. As amostras serão testadas quanto à presença de vírus zika e quanto às respostas imunológicas dos participantes em diferentes momentos. O resultado do estudo, previsto para meados de 2019, ajudará a OMS a propor recomendações sobre a melhor forma de prevenir a infecção pelo vírus. Além do Recife, a pesquisa será feita em Manaus e no Rio de Janeiro.