Estudo vincula antidepressivos na gravidez a autismo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 20/07/2017 às 13:08
Pesquisadores ressaltam que risco é limitado e que os resultados não devem ser considerados alarmantes (Foto: Pixabay)
Pesquisadores ressaltam que risco é limitado e que os resultados não devem ser considerados alarmantes (Foto: Pixabay) FOTO: Pesquisadores ressaltam que risco é limitado e que os resultados não devem ser considerados alarmantes (Foto: Pixabay)

Da AFP

Um estudo publicado nesta quinta-feira estabeleceu um vínculo entre o uso de antidepressivos durante a gravidez e um maior risco de autismo na criança, mas os especialistas destacam que tal relação não é "alarmante" diante da baixa probabilidade e de outros fatores. Segundo o estudo, publicado na revista médica BMJ, "as crianças expostas a antidepressivos durante a gestação parecem ter um leve risco adicional de autismo".

Leia também:

» Antidepressivos na gravidez aumentam a chance de autismo nos bebês? Psiquiatra esclarece as principais dúvidas

» Bebês também podem ter depressão; sintomas aparecem no 8º mês de vida. Psiquiatra tira dúvidas

» Depressão na infância e na adolescência: como lidar? Psiquiatra esclarece dúvidas

» O comportamento alimentar está relacionado com o transtorno do espectro autista? Especialista esclarece

Os pesquisadores ressaltam que "o risco é limitado e que os resultados não devem ser considerados alarmantes". O estudo, realizado pela Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, foi baseado em dados de 254.000 suecos com entre quatro e 17 anos. Os resultados revelam que 4,1% das 3.300 crianças cujas mães tomaram antidepressivos durante a gravidez são autistas.

Para mães que tinham antecedentes psiquiátricos mas não tomaram antidepressivos durante a gravidez, o percentual de autismo entre as crianças foi de 2,9%. Apesar de verificar o vínculo entre antidepressivos durante a gravidez e o autismo nas crianças, o estudo não demonstra uma relação de causa e efeito.

"É possível que o risco mais elevado de autismo se deva aos medicamentos, mas também pode ser explicado pelos transtornos que levaram à prescrição dos medicamentos", explicou um especialista independente, professor Ian Jones, da Universidade de Cardiff. "O fato de existir uma associação entre os dois fenômenos não demonstra que haja uma relação de causalidade, e podem haver muitas outras explicações", declarou outro pesquisador independente, Michael Bloomfield.

Segundo vários especialistas citados pelo Science Media Centre (SMC), serão necessários outros estudos para explorar outras pistas, entre elas o patrimônio genético da mãe e a gravidade de sua depressão.