Número de cidades infestadas pelo Aedes em Pernambuco preocupa Secretaria de Saúde

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 12/07/2017 às 13:50
Monitoramento dos possíveis focos do mosquito e ações de vigilância são essenciais para combater dengue, chicungunha e zika (Foto: Ricardo B. Labastier/Acervo JC Imagem)
Monitoramento dos possíveis focos do mosquito e ações de vigilância são essenciais para combater dengue, chicungunha e zika (Foto: Ricardo B. Labastier/Acervo JC Imagem) FOTO: Monitoramento dos possíveis focos do mosquito e ações de vigilância são essenciais para combater dengue, chicungunha e zika (Foto: Ricardo B. Labastier/Acervo JC Imagem)

Pernambuco registrou, entre 1º de janeiro e 8 de julho deste ano, uma queda significativa nos casos suspeitos de arboviroses transmitidas pelo Aedes aegpyti (dengue, chicungunha e zika) em relação às notificações registradas no mesmo período em 2016. A redução, no entanto, não representa um cenário positivo, uma vez que o Estado vivenciou uma tríplice epidemia no ano passado e os números, à época, foram expressivamente maiores. Outra preocupação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) são os novos números de índice de infestação predial do mosquito nas cidades pernambucanas. Atualmente, 99 municípios estão em situação de risco de surto.

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“Nós temos que lembrar que, em 2016, Pernambuco passou por uma epidemia. Ao compararmos os casos notificados este ano com os registros do ano passado, a redução realmente é gigantesca. Mas no cenário atual, observamos que os casos das doenças estão aumentando a cada semana. O esperado era que as notificações caíssem ou, pelo menos, se mantivessem estáveis. “Mas, agora, o que mais preocupa a Secretaria são os municípios com elevada taxa de infestação do mosquito. Isso quer dizer que há circulação do vírus em condições ideais. Se temos esse cenário, a qualquer momento podemos passar por uma nova epidemia”, alerta Claudenice Pontes, gerente do Programa de Controle das Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Ainda de acordo com a gestora, os números das doenças poderiam ser maiores se não fossem as subnotificações. “Os dados são provenientes das notificações de pessoas que adoeceram e procuraram as unidades de saúde. Mas muitas pessoas não vão aos hospitais. Sem notificações nós não podemos desencadear ações de combate”, alerta. O cenário do último boletim foi amplamente discutido, na tarde dessa terça-feira (11), durante reunião do Comitê de Mobilização Social de Controle e Prevenção às Arboviroses na sede da SES, no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife.

O maior percentual de redução (96,1%) foi no número de casos suspeitos de zika. Enquanto no primeiro semestre de 2016 foram registrados 10.699 casos suspeitos, no mesmo período deste ano a SES notificou apenas 420 ocorrências. Vale lembrar que, até o momento, nenhum desses últimos registros foi confirmado.

Ainda no encontro dessa terça-feira, os representantes debateram sobre os fatores que contribuem para a proliferação do Aedes, a exemplo do acúmulo de resíduos sólidos, principalmente nesse período de dias chuvosos no Estado. “Vários fatores podem contribuir para a infestação do mosquito. O período de chuva seguido de dias ensolarados é um deles. Nesse cenário, os descartes no meio ambiente podem servir de possíveis criadouros. Por isso é tão importante a conscientização da sociedade sobre o descarte correto dos restos sólidos”, acrescenta.