Blefarite: estresse e uso excessivo de maquiagem podem causar inflamação nas pálpebras

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 04/07/2017 às 15:10
Inflamação da margem das pálpebras, blefarite pode causar sérios danos à saúde se não tratada adequadamente (Foto ilustrativa: Pixabay)
Inflamação da margem das pálpebras, blefarite pode causar sérios danos à saúde se não tratada adequadamente (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: Inflamação da margem das pálpebras, blefarite pode causar sérios danos à saúde se não tratada adequadamente (Foto ilustrativa: Pixabay)

Quando falamos em doenças dos olhos, logo lembramos das infecções mais comuns, a exemplo da conjuntivite. Mas sabia que, entre as principais queixas nos consultórios médicos, está a blefarite? Caracterizada por uma inflamação da margem das pálpebras, é decorrente da produção excessiva de secreção sebácea. Os motivos para tal problema são os mais variados, desde uso excessivo de maquiagem até alterações hormonais.

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Entre os sintomas da doença estão pálpebras avermelhadas, quedas de cílios, terçóis de repetição, coceira excessiva, caspas nos cílios, olho seco e irritação ocular. "Temos dois tipos de glândulas sebáceas: glândulas de Meibomius e glândulas de Zeiss. De acordo com o tipo da glândula, a blefarite é classificada em anterior ou posterior. Algumas pessoas apresentam a blefarite mista. É importante diferenciar, pois na anterior, os problemas com os cílios são mais frequentes, enquanto na posterior, o olho seco secundário se torna mais presente", esclarece a oftalmologista Ana Karina Téles, do Centro de Olhos, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

A blefarite não tem cura, mas o tratamento adequado ameniza os sintomas. "A higienização ciliar, de maneira adequada, visa a remoção do excesso de oleosidade da margem palpebral. Existem produtos específicos para tal fim, desde géis, espumas ou lencinhos umedecidos, mas algumas pessoas usam xampu neutro infantil. O xampu pode ser usado, todavia, por conter corantes e perfume, pode causar alergias e mais irritação", pontua a especialista.

Nas crises, a médica orienta usar compressas mornas na região das pálpebras para ajudar na remoção das crostas e da oleosidade. As pomadas com ação anti-inflamatória e com antibiótico também podem ser usadas mas com certas precauções, para evitar efeitos colaterais como catarata e glaucoma, devido ao corticosteroide. "Vale lembrar que um dos principais fatores de infecção pós-operatória é a presença de Blefarite não controlada, uma vez que a secreção oleosa serve de alimento para bactérias, portanto é mandatório o tratamento antes de qualquer procedimento cirúrgico oftalmológico", alerta.

Em situações que requerem tratamento sistêmico, recomenda-se antibióticos que modulam a produção sebácea das glândulas, por longo prazo, com acompanhamento médico. "Uma das soluções também é a partir dos derivados de vitamina A, sempre com avaliação periódica pois podem apresentar efeitos colaterais graves. A suplementação com Ômega-3 pode ser benéfica em alguns casos", acrescenta Karina.

Para situações em condições associadas, principalmente envolvendo rosácea e dermatite seborreica, o mais indicado é consultar também um dermatologista. “Lembrando que a redução do estresse e da exposição às maquiagens oleosas podem ajudar bastante. Além disso, não podemos esquecer que a cirurgia pode ser necessária em casos de calázios (glândulas palpebrais entupidas cronicamente) e triquíase (cílios nascendo para dentro)”, conclui.