Já deu abraço hoje no seu bebê? Pesquisa mapeia 7 benefícios proporcionados por esse gesto de carinho

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 19/06/2017 às 13:21
Abraço está relacionado com descobertas e representa a troca afetiva entre o bebê e a mãe ou o pai (Foto: Heudes Regis/JC Imagem)
Abraço está relacionado com descobertas e representa a troca afetiva entre o bebê e a mãe ou o pai (Foto: Heudes Regis/JC Imagem) FOTO: Abraço está relacionado com descobertas e representa a troca afetiva entre o bebê e a mãe ou o pai (Foto: Heudes Regis/JC Imagem)

Pesquisa baseada num artigo desenvolvido pela Canadian Association of Paediatric Health Centres, em colaboração com a Huggies, reforça como o abraço e o afeto proporcionam uma série de benefícios para o desenvolvimento dos bebês. Aprofundado no Brasil em parceria com a consultoria MC15, o estudo sublinha que, além de bons cuidados pessoais (como uma boa alimentação e atenção com a higiene), um neném precisa de afeto e atenção. Nos primeiros anos de vida, o pequeno necessita de um ambiente acolhedor e flexível, que se ajuste às suas necessidades.

Além de beneficiar os pequenos, o abraço também é um forte estimulo para as mães e pais, que se sentem amados e seguros de que estão protegendo seu bebê.

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A importância do abraço para o desenvolvimento está ligada aos primeiros contatos que o bebê tem com o mundo à sua volta e suas primeiras interações - o abraço está relacionado ao tato, primeiro sentido que desenvolvemos e que proporciona a sensação de quem somos. Além do abraço estar relacionado com descobertas e representar a troca afetiva entre o bebê e a mãe ou o pai, esse gesto é embalado por sensações físicas e psicológicas.

Entre os benefícios do abraço, identificados pela pesquisa, estão:

1. Abraços reproduzem o ambiente intrauterino ao promover conforto e segurança: Nos estágios iniciais, o abraço contribui para a sustentação do bebê, essencial para o seu desenvolvimento. Ele o protege de estímulos internos e externos, promovendo um "suporte confiável", que é o somatório de aconchego e proteção fornecidos pelo pai ou pela mãe. Com essa função de "sustentação", o pai instaura uma rotina (repetitiva) de cuidados cotidianos que vão sustentar, não somente corporal, mas psiquicamente, o pequeno. Desse modo, a realidade externa, para o bebê, é muito simplificada e permite que ele crie pontos de referência simples e estáveis, facilitando sua integração no tempo e no espaço.

Além de beneficiar para os bebês, o abraço também é um forte estimulo para as mães e pais, que se sentem amados e seguros de que estão protegendo seus filhos (Foto: Heudes Regis/JC Imagem)

2. Abraços promovem ganho de peso: Estudo conduzido na Duke University School of Medicine descobriu que, se afastados de suas mães quando filhotes, alguns mamíferos apresentavam uma queda no hormônio de crescimento, que só voltava a aumentar quando a mãe era devolvida para a sua companhia. Por isso, o afeto está ligado ao ganho de peso e crescimento saudável.

3. Abraços ajudam no desenvolvimento do cérebro: Segundo o neurologista Christian Muller, na primeira infância, o desenvolvimento dos neurônios avançam, adquirindo melhores conexões entre as células nervosas, contribuindo para as funções motoras, de linguagem e social. Ocorrem o crescimento e amadurecimento do cérebro, aquisição dos movimentos, desenvolvimento da capacidade de aprendizado, iniciação social e afetiva, entre outros aspectos interligados e influenciados pelo ambiente onde o bebê vive. O estímulo adequado às crianças de até 6 anos, aliado à boa alimentação, gera benefícios que vão desde o aumento da aptidão intelectual até a formação de adultos preparados para lidar com os desafios do cotidiano.

4. Abraços melhoram nossa capacidade de enfrentar medos e desafios: O afeto pode ajudar as pessoas a diminuírem sua angústia. Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) descobriram que, quando participantes de um estudo eram submetidos a situações de desconforto, as regiões cerebrais associadas com atenuação do medo eram ativadas se seus parceiros românticos lhe dessem as mãos. Essa descoberta indica que a oferta de apoio social através do contato físico permitiu-lhes lidar melhor com a experiência estressante.

Gestos de carinho protegem o bebê de estímulos internos e externos, promovendo um "suporte confiável”, que é o somatório de aconchego e proteção fornecidos pelo pai ou pela mãe (Foto: Igo Bione/Divulgação)

5. Abraços agem como fortalecedor do sistema imunológico: O abraço é capaz de prevenir doenças relacionadas ao estresse e diminuir a susceptibilidade de contrair infecções. Segundo estudo da Carneggie Mellon University, um terço das pessoas pesquisadas não desenvolveu os sintomas da gripe - exatamente aqueles que receberam mais abraços e apoio de pessoas de confiança. Em quem foi infectado, mas tinha uma frequência maior de apoio social (como os cientistas chamaram o ato de abraçar no estudo), os sintomas da doença foram mais brandos.

6. Abraços promovem um crescimento da nossa autoestima quando adultos: A partir do momento do nosso nascimento, as sensações tácteis são encaixadas em nosso sistema nervoso. Em seguida, durante a nossa infância, os abraços amorosos e afagos que recebemos se desenvolvem em nosso senso de autoestima que levamos para a vida adulta em um nível celular. Nossa família nos mostra que somos amados e especiais. As associações de autoestima e sensações táteis de nossos primeiros anos ainda estão encaixadas em nosso sistema nervoso como adultos e, quando somos abraçados, lembramos disso a um nível somático. Abraços, portanto, ligam-nos à nossa capacidade de autoamor.

Bebês que recebem atenção e tempo de qualidade junto a seus pais se tornam adultos mais saudáveis e com melhores habilidades sociais (Foto: Igo Bione/Divulgação)

7. Abraços contribuem para socialização e formam indivíduos menos agressivos na vida adulta: Bebês que recebem atenção e tempo de qualidade junto a seus pais se tornam adultos mais saudáveis e com melhores habilidades sociais. Isso os mantêm calmos porque todos os sistemas corporais e neuronais ainda estão se estabelecendo, descobrindo como vão funcionar. Se os adultos deixam que os bebês chorem muito, esses sistemas desenvolverão um gatilho fácil para o estresse. Por isso, os adultos que tiveram menos contato e menos afeto costumam ter reações de estresse mais vezes e sentem dificuldades para se acalmar. Manuseio e contato corporal são "nutrientes' essenciais para o cérebro em humanos e outros animais em desenvolvimento. Privar os bebês de afeição física pode causar disfunção neurológica, o que leva a um comportamento anormal e prejudicial.

Assista ao programa Casa Saudável, na TV JC, sobre a ação terapêutica do colo materno: