Pesquisa sequencia genoma de caramujo hospedeiro de parasita que causa esquistossomose

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 14/06/2017 às 16:02
Realizado pela Fiocruz Minas em parceria com instituições de 11 países, o estudo foi publicado na Nature Communications (Foto: Fiocruz Minas)
Realizado pela Fiocruz Minas em parceria com instituições de 11 países, o estudo foi publicado na Nature Communications (Foto: Fiocruz Minas) FOTO: Realizado pela Fiocruz Minas em parceria com instituições de 11 países, o estudo foi publicado na Nature Communications (Foto: Fiocruz Minas)

A Fiocruz Minas, em parceria com instituições de 11 países, concluiu o sequenciamento do genoma do Biomphalaria glabrata, espécie de caramujo que é o principal e mais importante hospedeiro do Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose, doença que afeta 240 milhões de pessoas em todo o mundo. O artigo com os resultados foi publicado na Nature Communications, de acordo com a Coordenadoria de Comunicação Social da Fiocruz.

Leia também:

» Pesquisa do HC investiga relação entre câncer de intestino e esquistossomose

» PE: O desafio de barrar a esquistossomose no Estado com mais mortes pela doença

» De zika a sífilis: Saiba quais doenças mais preocuparam os pernambucanos em 2016

O mapeamento fornece uma descrição completa acerca das características do caramujo, incluindo informações relacionadas à estrutura física do molusco e ainda à forma como ele se comporta. Isso torna possível, por exemplo, entender como funciona os sistemas digestivo, respiratório, reprodutivo, entre outros, além de jogar luz sobre questões comportamentais, que podem explicar a forma de interação entre o Biomphalaria glabrata e o ambiente. Ao todo, foram identificados 14.423 genes.

“A partir de agora, será possível melhor entender e compreender a funcionalidade desse molusco e encontrar formas mais eficazes para controlá-lo ou torná-lo, se possível, um molusco resistente à infecção pelo S. mansoni. Talvez possamos entender como o mecanismo de defesa da B. glabrata permitiu que o parasita se adaptasse tão bem a ele”, afirmou o pesquisador Omar dos Santos Carvalho, do Grupo de Helmintologia e Malacologia Médica (HMM) da Fiocruz Minas.

O estudo, que durou 15 anos, teve início na Fiocruz Minas, com a captura e caracterização dos caramujos, realizadas pelos pesquisadores Omar Carvalho, Roberta Caldeira e José Amorim da Silva. Nos laboratórios da unidade, os caramujos foram submetidos a diferentes experimentos, visando assegurar que a espécie coletada era de fato a B. glabrata.

Os pesquisadores da Fiocruz também fizeram análise de dados genômicos, proteômicos e transcriptômicos, bem como a identificação de proteínas envolvidas na via de pequenos RNAs. Os resultados dessas metodologias de nomes complicados fornecem informações importantes acerca da biologia do caramujo, bem como da relação entre ele e o hospedeiro. Possibilitam também compreender melhor os mecanismos de suscetibilidade e resistência de B. glabrata ou ainda as condições que a tornam mais propensa à infecção.

Confira a matéria na íntegra no site da Agência Fapesp de notícias.