A ciência confirma: colo de mãe é um santo remédio em todas as fases da vida

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 13/05/2017 às 14:04
Vínculo criado entre mãe e filho nasce desde a gestação e, depois do parto, é fortalecido graças ao hormônio ocitocina (Foto: Heudes Regis/JC Imagem)
Vínculo criado entre mãe e filho nasce desde a gestação e, depois do parto, é fortalecido graças ao hormônio ocitocina (Foto: Heudes Regis/JC Imagem) FOTO: Vínculo criado entre mãe e filho nasce desde a gestação e, depois do parto, é fortalecido graças ao hormônio ocitocina (Foto: Heudes Regis/JC Imagem)

“Na vida de qualquer pessoa, independentemente da idade em que ela esteja, nada será tão alentador quanto a voz e o amparo da sua mãe.” Esse é um trecho do discurso que o psiquiatra e psicoterapeuta Amaury Cantilino fez como paraninfo de uma turma de medicina formada no ano passado. O médico compartilhou parte da oratória durante o programa Casa Saudável, da TV JC, na sexta-feira (12). Na ocasião, ele foi desafiado a responder uma pergunta: colo e amor de mãe funcionam como remédio? O imaginário coletivo responde que sim. E a medicina também, segundo as colocações do psiquiatra.

“Podemos fazer um paralelo entre o cuidado oferecido pela mãe aos filhos e o amparo dado por um médico a um paciente. A mãe suaviza angústias e, muitas vezes, alivia fisicamente o que a criança ou o adulto sentem. E há médicos com essa propriedade de fazer o bem só em estarem presentes, transmitindo tranquilidade aos pacientes”, acredita Amaury, membro da Comissão de Estudos e Pesquisa da Saúde Mental da Mulher da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

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Colo e afeto

"Mesmo quando os filhos adoecem, a gente continua forte. Parece que mãe tem uma imunidade inexplicável para continuar cuidando das crianças. E assim a presença e o colo de mãe fazem a diferença. Nada substitui o carinho maternal", conta a cake designer Cecília Chaves, 38 anos, que batizou a 3ª filha com o nome da mãe, Helena, 1 ano. O mais velho é Benjamin, 12; a do meio, Sofia, 10 (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)

O médico reforça que o vínculo criado entre mãe e filho vem desde a gestação e, após o parto, o elo é fortalecido graças à ocitocina, o mesmo neurohormônio que estimula a saída do leite materno. “No cérebro, a ocitocina provoca um efeito de aumentar o apego. E esse vínculo vai persistindo, deixa marcas e perdura ao longo da vida. Essa é a vantagem da mãe em relação a qualquer outra pessoa.”

A cake designer Cecília Chaves, 38 anos, reconhece o valor do colo e do afeto que vêm da mãe, a advogada Helena Chaves. “Tudo isso faz um diferencial imenso. Há momentos em que, mesmo adultos, precisamos de ajuda. As mães percebem isso, sentem nosso aperreio. Nesses momentos, nada substitui o carinho maternal”, conta Cecília, que tem três filhos: Benjamin, 12; Sofia, 10; Helena, 1.

A sensação de segurança sublinhada por Cecília (e proporcionada pela conexão entre mãe e filho) leva a um efeito no cérebro, segundo Amaury Cantilino. Esse amparo influencia todo o organismo e favorece a diminuição do hormônio do estresse (chamado de cortisol). “Isso até faz lidarmos melhor com determinadas situações e doenças que podem aparecer.”

"Quando os filhos crescem, saímos da relação de dependência completa para o companheirismo e uma relação madura, de partilha. O colo de mãe permanece como aconchego e compreensão. É assim que me vejo hoje com as minhas três filhas", destaca a psicóloga Cláudia Queiroz, 55 anos, mãe de Thaís, 33, Mirella Queiroz, 31, e Isabela, 30 (Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem)

Mãe de três mulheres (Thaís, 33; Mirella Queiroz, 31; Isabela, 30), a psicóloga Cláudia Queiroz, 55, considera o colo de mãe uma referência de afetividade, importante para proporcionar o desenvolvimento saudável dos filhos e ajudar no enfrentamento das dificuldades. “Com a mãe, a gente se sente acolhido e compreendido nas adversidades e nos momentos de alegrias. Não existe experiência mais profunda do que a materna, que é de constante aprendizado”, frisa Cláudia.