Encontro gratuito no Recife discute restrições alimentares de crianças com autismo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 31/03/2017 às 12:00
Evento gratuito discutirá relação entre alimentação e o desenvolvimento das crianças que convivem com o autismo (Foto ilustrativa: Pixabay)
Evento gratuito discutirá relação entre alimentação e o desenvolvimento das crianças que convivem com o autismo (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: Evento gratuito discutirá relação entre alimentação e o desenvolvimento das crianças que convivem com o autismo (Foto ilustrativa: Pixabay)

Para marcar as atividades em referência ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado neste domingo (2), o Greenmix Mercado Saudável promoverá na próxima segunda-feira (3) um evento sobre a relação entre alimentação e o desenvolvimento das crianças que convivem com o transtorno do espectro autista (TEA). Com o nome 'Encontro Greenmix', programação sobre alimentação, saúde e bem-estar que entrará no calendário fixo da casa, a iniciativa gratuita e aberta ao público acontecerá das 8h30 às 10h30.

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O encontro contará com a participação da fonoaudióloga Natalia Spinelli, do Centro de Desenvolvimento Infantil, e de Clara Ferreira, mãe de um garoto de sete anos com autismo, praticante do tratamento biomédico e nutricional para TEA. Clara iniciou as mudanças na alimentação quando o filho tinha um ano e meio. Ela relata que logo no início da dieta, após 15 dias, ele já fixava o olhar e passou a prestar atenção ao seu redor. “Quem convive com crianças autistas sabe que, muitas vezes, há dúvidas sobre se elas estão entendendo o que se passa. Então foi um avanço”, conta. Além de melhorar foco e olhar, aos oito meses de dieta, o menino começou a falar, normalizando o comportamento para uma criança típica a partir disso. “Foram marcos que eu percebi com a implantação da dieta. Quando retiramos todos os alimentos que faziam mal ao organismo dele, ele começou a evoluir nas terapias”, relembra.

Além de modificar a capacidade de comunicação, concentração e coordenação motora, o autismo também provoca alguns distúrbios na saúde física, como desconforto gastrointestinal. O tratamento biomédico e nutricional para TEA vai além de uma simples dieta. A partir de diversos exames, os marcadores clínicos identificam o que faz mal à criança – e esses marcadores variam para cada indivíduo. Alguns alimentos provocam inflamação, sobretudo no trato gastrointestinal, que pode ser percebida por sintomas como inchaço na barriga, diarreia constante e placas no corpo.

Outras crianças não apresentam sintomas, mas essa inflamação é percebida pelo cérebro e pode haver mudança no comportamento e desenvolvimento. O autismo é um transtorno do desenvolvimento que ainda não tem cura, mas existem muitos tratamentos, terapias e atividades que, aliadas ao cuidado da família, promovem uma profunda evolução e qualidade de vida para aqueles que convivem com o transtorno.

"A alimentação é muito importante para a qualidade de vida. Temos várias clientes que têm filhos autistas e é nossa preocupação atender essas restrições, oferecendo uma alimentação funcional e sem glúten, com opções sem ovo, sem leite, sem açúcar, enfim, totalmente personalizada de acordo com o que a criança precisa", reforça a empresária Rafaela Dias, do Greenmix Mercado Saudável.

Os interessados em participar podem se inscrever através do link: https://bit.ly/encontrogreenmixlista.