Hospital Agamenon Magalhães participa de projeto para reduzir mortalidade materna

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 27/03/2017 às 16:25
Projeto busca definir novos protocolos de atendimento na unidade de saúde, possibilitando um melhor atendimento às gestantes de alto risco (Foto: Divulgação)
Projeto busca definir novos protocolos de atendimento na unidade de saúde, possibilitando um melhor atendimento às gestantes de alto risco (Foto: Divulgação) FOTO: Projeto busca definir novos protocolos de atendimento na unidade de saúde, possibilitando um melhor atendimento às gestantes de alto risco (Foto: Divulgação)

A maternidade do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), que realiza cerca de 350 procedimentos por mês, iniciou as capacitações de um projeto piloto para reduzir a mortalidade materna na unidade. O programa é desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein em parceria com o laboratório internacional Merck Sharp & Dohme (MSD). Nesta terça-feira (28), uma equipe de 40 profissionais participará, no Centro de Simulação Realística do hospital, em São Paulo, da segunda turma do treinamento especializado para médicos obstetras, obstetrizes e enfermeiros.

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A primeira turma, também com 40 profissionais do mesmo perfil, recebeu treinamento na última terça (14). A partir da capacitação dos 80 profissionais da maternidade, serão estabelecidos novos protocolos de atendimento na unidade de saúde, primeira do País selecionada para participar da iniciativa, possibilitando um melhor atendimento às gestantes de alto risco.

"Fomos selecionados para começar este projeto e o plano é expandir para outras unidades de saúde do País. Sendo um serviço de referência de alta complexidade com atendimento às gestantes de alto risco, o intuito é capacitar e promover nesses profissionais um raciocínio clínico mais rápido no atendimento às complicações obstétricas, assim como aperfeiçoar o acolhimento às grávidas", ressalta a gerente de qualidade do Hospital Agamenon Magalhães, Marta Baudel.

O acordo de cooperação entre os hospitais foi firmado em setembro de 2016, durante encontro na capital paulista. O trabalho teve início por meio de um diagnóstico da instituição pernambucana, com o intuito de identificar possibilidades de melhoria na assistência e fluxos de trabalhos que tivessem impacto direto na redução de mortalidade materna. A partir desse diagnóstico, as ações foram desenvolvidas em quatro pilares principais: capacitação de profissionais, gestão, estabelecimento de fluxos e identificação de fatores adicionais de impacto.

O treinamento ocorre por meio aulas teóricas e simulações com robôs para a aplicação de técnicas, procedimentos e protocolos para evitar a morte materna. A equipe do Centro de Simulação Realística prepara cenários onde acontecem simulações de sepse (infecção) em obstetrícia e pré-eclâmpsia (hipertensão arterial) e acompanham a atuação comportamental dos supostos pacientes. Além disso, os alunos assistem, por meio de práticas monitoradas, ressuscitação cardiopulmonar na gestante, tromboembolismo pulmonar, hemorragia pós-parto, além da criação de protocolos em obstetrícia.

Partos normais

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, entre os anos de 2010 e 2013, houve um incremento de 67% na quantidade de partos de alto risco realizados pela maternidade do HAM. A unidade participa, desde 2015, do Projeto Parto Adequado, fruto de uma parceria do Ministério da Saúde, do Institute for Healthcare Improvement (IHI) e do Albert Einstein, para incentivar o parto normal em maternidades públicas e privadas de todo o País. O HAM foi o único hospital público do Estado selecionado.

Com o projeto, o HAM conseguiu ampliar o número de partos vaginais realizados na unidade entre mulheres em primeira gestação. Até o início de 2015, a taxa de partos normais realizados dentro desse grupo era de 26,8%. Atualmente, esse número já ultrapassa os 53%.