Central de Transplantes de PE registra 101 mortes de pacientes em fila de espera por um órgão em 2016

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 22/03/2017 às 13:45
Entre as pessoas que morreram em Pernambuco, no ano passado, esperando um órgão ou tecido, quatro eram crianças (Imagem: Free Images)
Entre as pessoas que morreram em Pernambuco, no ano passado, esperando um órgão ou tecido, quatro eram crianças (Imagem: Free Images) FOTO: Entre as pessoas que morreram em Pernambuco, no ano passado, esperando um órgão ou tecido, quatro eram crianças (Imagem: Free Images)

No momento em que Pernambuco se destaca no número de transplantes realizados em 2016 (1.465 – crescimento de 8,7% em relação a 2015), um outro número chama a atenção: 101 pessoas (entre elas, quatro crianças) morreram no Estado, em fila de espera, por um órgão ou tecido no ano passado.

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Para que vidas sejam salvas, Pernambuco trabalha para acabar com fatores que favorecem a mortalidade na fila de espera, como a negativa familiar (metade das potenciais doações não são efetivadas por esse motivo). “A não conclusão da detecção de morte encefálica também dificulta a doação e, quando o diagnóstico é feito, muitos órgãos não estão mais em condições para ser aproveitados para o transplante”, frisa a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes.

Para Noemy Gomes, é importante a sensibilização de toda a população para aumentar a doação de órgãos e tecidos (Foto: Miva Filho/SES) Para Noemy Gomes, é importante a sensibilização de toda a população para aumentar a doação de órgãos e tecidos (Foto: Miva Filho/SES)

Ela defende ser necessário sensibilizar, cada vez mais, a população e profissionais de saúde sobre o fato de que o transplante é essencial para as pessoas em fila de espera se manterem vivas e cheias de esperança.

Saiba mais

O Estado de Pernambuco é terceiro lugar no Brasil e primeiro no Norte e Nordeste no número de transplantes de coração e de medula óssea. O Estado ainda é o primeiro, na região, nos procedimentos de rim e pâncreas. O resultado foi divulgado recentemente pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

"Nosso Estado é referência nacional em transplantes. Temos equipes capacitadas na captação dos órgãos e tecidos e para a realização dos procedimentos. Para continuarmos nesse caminho, é imperativo o investimento intensivo em treinamento e capacitação das equipes envolvidas no processo de doação e do quadro funcional dos hospitais com perfil notificante bem estabelecido, além da sensibilização de toda a população para a causa, já que precisamos da autorização dos familiares para efetivar esse ato de solidariedade com o próximo", afirma Noemy Gomes.