Pernambuco começa a notificar casos da esporotricose, micose que pode acometer humanos e animais

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 07/03/2017 às 14:33
Em 2016, o Lacen confirmou 45 casos de esporotricose em animas e 5 em humanos (Foto: SES/Divulgação)
Em 2016, o Lacen confirmou 45 casos de esporotricose em animas e 5 em humanos (Foto: SES/Divulgação) FOTO: Em 2016, o Lacen confirmou 45 casos de esporotricose em animas e 5 em humanos (Foto: SES/Divulgação)

A esporotricose, micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix sp., que pode acometer humanos e animais, sobretudo gatos, já tem diagnóstico implantado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Desde o fim de 2016, a pasta implementou a vigilância da doença com a notificação de casos, diagnóstico laboratorial e oficinas de trabalho para definir diretrizes e fluxos com municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR). Em 2016, o Lacen confirmou 45 casos em animas. Em humanos, 5 casos.

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O fungo causador da esporotricose geralmente habita o solo, palhas, vegetais e também madeiras, podendo ser transmitido por meio de materiais contaminados, como farpas ou espinhos. Animais contaminados, em especial gatos, também transmitem a doença, por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele lesionada. No homem, a doença se manifesta na forma de lesões na pele, que começam com um pequeno caroço vermelho, que pode virar uma ferida. Geralmente estão presentes nos braços, pernas ou no rosto formando uma fileira de nódulos e feridas, afetando pele e vasos linfáticos próximos à lesão, mas pode também atacar ossos, pulmões e articulações.

"Como pode ser confundida com outras doenças de pele, o paciente deve sempre procurar um dermatologista", comenta o gerente de Vigilância e Controle de Zoonoses e Animais Peçonhentos da SES, Francisco Duarte. O tratamento é baseado em antifúngicos tanto para humanos quanto animais, que em alguns casos, pode durar meses ou mais de um ano.

Por isso, é importante o diagnóstico no estágio inicial da doença. Já nos animais, as manifestações clínicas são variadas. Os sinais mais frequentes são lesões ulceradas na pele, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. O diagnóstico pode ser clínico (reconhecimento da lesão) ou laboratorial (identificação do fungo).

O diagnóstico em humanos é realizado pelo Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE). Em animais, é feito pelo Laboratório de Endemias (Labend), unidade laboratorial vinculada ao Lacen-PE. O paciente deve ser encaminhado por um posto de saúde.