Médicos analisam possível relação entre zika vírus e obesidade

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 18/02/2017 às 11:07
Médicos acreditam que a alteração neurológica provocada pelo zika possa interferir na parte hormonal dos bebês. Assim, alguns estariam acima do peso por terem um metabolismo mais lento (Foto: Ashlley Melo/JC Imagem)
Médicos acreditam que a alteração neurológica provocada pelo zika possa interferir na parte hormonal dos bebês. Assim, alguns estariam acima do peso por terem um metabolismo mais lento (Foto: Ashlley Melo/JC Imagem) FOTO: Médicos acreditam que a alteração neurológica provocada pelo zika possa interferir na parte hormonal dos bebês. Assim, alguns estariam acima do peso por terem um metabolismo mais lento (Foto: Ashlley Melo/JC Imagem)

Médicos analisam, em Pernambuco, bebês que nasceram com a síndrome congênita do zika vírus e têm apresentado sobrepeso. “É uma minoria entre o universo das crianças com a mesma condição e que têm problemas para ganhar peso por causa da disfagia (dificuldade de deglutição com risco de broncoaspiração)”, diz a neuropediatra Vanessa Van Der Linden, uma das primeiras médicas que perceberam, a partir de julho de 2015, o aumento expressivo do número de bebês nascidos com microcefalia em Pernambuco.

Mesmo sendo poucos casos, ela chama a atenção para a necessidade de investigar o que leva um bebê com 1 ano, por exemplo, a ter 14 quilos. “Apesar de comerem na quantidade adequada para a idade (às vezes, até menos), estão acima do peso. Exames de tireoide apresentaram resultados normais. Encaminhei para endocrinologista e gastropediatra. Imagina-se que a alteração neurológica provocada pelo zika interfira na parte hormonal”, acrescenta Vanessa.

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Dessa maneira, os bebês estariam acima do peso por terem um metabolismo mais lento. Ou seja, não conseguem gastar a energia de maneira adequada. Se a hipótese for confirmada, essa nova complicação ampliaria o espectro da zika congênita e exigiria ações preventivas para frear, também nessa população, a obesidade, que é  um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.