Inca e Ministério da Saúde lançam diretrizes para atendimento precoce de crianças com câncer

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 13/02/2017 às 11:24
Os tumores em crianças apresentam crescimento rápido. Por isso, são importantes o diagnóstico precoce e o ágil encaminhamento para início de tratamento (Foto: Guga Matos/JC Imagem)
Os tumores em crianças apresentam crescimento rápido. Por isso, são importantes o diagnóstico precoce e o ágil encaminhamento para início de tratamento (Foto: Guga Matos/JC Imagem) FOTO: Os tumores em crianças apresentam crescimento rápido. Por isso, são importantes o diagnóstico precoce e o ágil encaminhamento para início de tratamento (Foto: Guga Matos/JC Imagem)

O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca) lançaram o 1º Protocolo de Diagnóstico Precoce do Câncer Pediátrico. A publicação vai auxiliar profissionais da saúde a conduzir casos suspeitos e confirmados dentro de uma linha de cuidado, com definição de fluxos e ações desde a atenção básica até a assistência de alta complexidade.

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Profissionais de todos os serviços de saúde terão mais segurança para considerar os achados clínicos com a idade, sexo, associação de sintomas, tempo de evolução e outros dados. A publicação está disponível para acesso no site do Ministério da Saúde.

Os cânceres em crianças apresentam crescimento rápido. Por isso, é muito importante que, para a obtenção de melhores resultados, ocorra o diagnóstico precoce e o ágil encaminhamento para início de tratamento. “O que dificulta, em muitos casos, a suspeita e o diagnóstico do câncer nas crianças e nos adolescentes é o fato dos sinais e sintomas serem comuns a outras doenças. Em alguns casos, as famílias recorrem à assistência médica várias vezes, e o paciente pode ser diagnosticado já com doença avançada”, explica  o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Franciso Figueiredo. Segundo ele, essa situação acaba exigindo um tratamento mais intensivo, além do comprometimento do resultado.

Entre os sintomas de câncer em crianças, estão palidez, hematomas, sangramento, dor óssea, perda de peso inexplicada, caroços ou inchaços, alterações oculares, inchaço abdominal, dores de cabeça persistente, vômitos e dor em membro, inchaço sem trauma.

Dados do Inca mostram que a mortalidade por câncer entre crianças e adolescentes no Brasil é atualmente a primeira causa de óbito por doença na faixa etária de 1 a 19 anos. Os tipos de cânceres infantojuvenis mais comuns são as leucemias, seguidos dos linfomas (gânglios linfáticos) e dos tumores do sistema nervoso central (conhecidos como cerebrais). O número de óbitos por câncer, nessa faixa etária, é menor apenas do que o de causas externas, como os acidentes e violência. No Brasil, o câncer infanto juvenil responde por 3% de todos os tipos de câncer.

Estimativas indicam que, em 2016, ocorreram cerca de 12.600 casos novos de câncer em crianças e adolescentes até os 19 anos. As regiões Sudeste e Nordeste teriam apresentado os maiores números de casos novos, 6.050 e 2.750, respectivamente, seguidas pelas Regiões Sul (1.320 casos novos), Centro-Oeste (1.270 casos novos) e Norte (1.210 casos novos).