PE: transplantes de córnea aumentam 34% em 2016; fila de espera ainda é grande

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 30/01/2017 às 14:31
Apesar dos dados animadores, 281 pessoas ainda estão na fila de espera pelo transplante de córnea (Foto ilustrativa: Pixabay)
Apesar dos dados animadores, 281 pessoas ainda estão na fila de espera pelo transplante de córnea (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: Apesar dos dados animadores, 281 pessoas ainda estão na fila de espera pelo transplante de córnea (Foto ilustrativa: Pixabay)

Pernambuco registrou um aumento de 34% no número de transplantes de córnea realizados em 2016. Enquanto em 2015 foram 594 procedimentos, no ano passado foram realizados um total de 793 transplantes. Apesar dos dados animadores, 281 pessoas ainda estão na fila de espera pelo tecido.

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"É uma tarefa importante conseguir mobilizar a população para uma causa solidária como a de doação de órgãos e tecidos. Precisamos manter o crescimento nos transplantes de córnea no Estado e continuar informando a população sobre a importância e o significado desse procedimento. A doação de córnea traz mais qualidade de vida e faz com que a visão seja restabelecida em sua totalidade", ressalta a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes. Ainda segundo Noemy, as contra-indicações para esse tipo de doação são muito pequenas. Por isso qualquer pessoa que falece nas unidades hospitalares são possíveis doadoras de córneas.

A coordenadora ainda explica que, após a retirada da córnea, a equipe de saúde reconstitui a área para manter o formato natural do rosto, para que as cerimônias de despedida possam ser realizadas normalmente pelos familiares. "Um dos medos da população é que seu ente querido, após a retirada de algum órgão ou tecido, fique deformado. Isso é um mito. O corpo é devidamente recomposto", pondera.

No Brasil, apenas familiares de até 2º grau podem autorizar a doação de órgãos e tecidos. Em Pernambuco, 48% das potenciais doações não são efetivadas por causa da negativa familiar. "Esse é o principal entrave para diminuirmos a fila de espera. Um único doador pode beneficiar até sete pessoas. Por isso, a importância de debater esse tema na imprensa e levar para dentro das casas dos pernambucanos", diz Noemy.

Em 2016, foram realizados 1.431 transplantes em Pernambuco, um crescimento de 6,16% em relação a 2015, com 1.348 procedimentos. Apesar do aumento global, houve queda nos transplantes de coração (-16%), fígado (-7%), rim (-17%) e medula óssea (-20%). Atualmente, 1.195 pessoas estão na fila de espera por um órgão e tecido em Pernambuco. Lidera o ranking os pacientes de rim (796), seguidos por córnea (281), fígado (83), medula óssea (18), coração (13) e rim/pâncreas (4).

Para mais esclarecimentos sobre doação de órgãos e tecidos, a população pode ligar para o (81) 3412.0205 ou pelo email [email protected].

Medula óssea

No caso da medula óssea, a coordenadora ressalta que o transplante é feito entre pessoas vivas: “Todo mundo pode se cadastrar para ser um potencial doador de medula óssea. Basta ir ao Hemope, fazer o cadastro e colher uma pequena quantidade de sangue para a realização dos exames de compatibilidade. Esses dados serão colocados em um banco nacional e pode beneficiar um paciente de qualquer local do Brasil”.

Encontrando compatibilidade com um paciente, o potencial doador é chamado para fazer outros exames para que o transplante de medula seja efetivado. “O procedimento é feito por uma equipe especializada em hospital credenciado pelo Ministério da Saúde e o doador tem sua medula totalmente regenerada em poucos dias”, reforça Noemy.