Ministério da Saúde orienta população a se vacinar contra febre amarela

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 05/01/2017 às 16:08
A vacina contra febre amarela é eficaz e segura para o uso, a partir dos 9 meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a partir de 6 meses de idade, em situações de surto da doença (Foto ilustrativa: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A vacina contra febre amarela é eficaz e segura para o uso, a partir dos 9 meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a partir de 6 meses de idade, em situações de surto da doença (Foto ilustrativa: Marcelo Camargo/Agência Brasil) FOTO: A vacina contra febre amarela é eficaz e segura para o uso, a partir dos 9 meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a partir de 6 meses de idade, em situações de surto da doença (Foto ilustrativa: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Toda pessoa que reside ou vai viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata, que são áreas com recomendação da vacina contra febre amarela, deve se imunizar. A orientação do Ministério da Saúde se justifica porque a doença tem maior número de casos nos meses de dezembro a maio, e a transmissão é considerada possível em grande parte do Brasil. A vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e é enviada mensalmente para todo o País.

O imunizante é eficaz e seguro para o uso a partir dos nove meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a partir de seis meses de idade, em situações de surto da doença. Todos os Estados, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), estão abastecidos com a vacina contra febre amarela, e o País tem estoque suficiente para atender toda a população nas situações recomendada.

Em dezembro de 2016, foi registrado um óbito por febre amarela no município de Ribeirão Preto (SP). O caso foi acompanhado pelo Ministério da Saúde que verificou que a pessoa morava próxima à área de mata e, consequentemente, de recomendação da vacina.

Desde os primeiros casos suspeitos em macacos, no Estado de São Paulo, no ano passado, o Ministério da Saúde mantem permanente articulação com a vigilância do Estado para aplicação de medidas de prevenção e controle adequadas, oferecendo apoio técnico, capacitação de profissionais, suporte a investigações de casos e envio de vacinas. Vale ressaltar que 70% da população da cidade de Ribeirão Preto estão vacinados contra a febre amarela.

Vacinação

A Organização Mundial da Saúde considera que apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção por toda a vida. No entanto, como pode haver queda na imunidade com o tempo de vacinação, o Ministério da Saúde definiu a manutenção de duas doses da vacina febre amarela no Calendário Nacional, sendo o esquema vacinal uma dose aos noves meses de idade com reforço aos quatro anos. Para pessoas de 2 a 59 anos, a recomendação é de duas doses.

Além da vacinação, as pessoas que planejam turismo rural, pescaria, visitação de reservas naturais, parques ecológicos, cachoeiras, rios, florestas, parques urbanos, bem como aqueles que praticam atividades laborais relacionadas ao extrativismo, à fauna e à flora em ambientes rurais e silvestres, devem adotar outras medidas de prevenção: utilizar roupas que protejam todo o corpo (sapato fechado, camisa de manga longa e calça comprida), usar repelentes e evitar ou reduzir a exposição no horário de maior risco (9h às 16h).

Apesar da alta eficácia do imunobiológico, o Ministério da Saúde alerta que nos casos de pacientes com imunodeficiência, a administração desta vacina deve ser condicionada a avaliação médica individual de risco-benefício, não devendo ser realizada em caso de imunodepressão grave.

Pessoas com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos que contêm proteína animal bovina), assim como pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica), também devem buscar orientação de um profissional de saúde.

A doença

Os sintomas iniciais incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e eventualmente choque e insuficiência de múltiplos órgãos.

Às pessoas que identifiquem alguns destes sinais, o Ministério da Saúde recomenda procurar um médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas. Essa orientação é importante principalmente àqueles que realizaram atividades em áreas rurais, silvestres ou de mata como pescaria, acampamentos, passeios ecológicos, visitação em rios, cachoeiras ou mesmo durante atividade de trabalho em ambientes silvestres.