Saúde libera novos tratamentos para hiperparatireoidismo secundário, câncer renal e melanoma

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 19/12/2016 às 11:27
O SUS vai disponibilizar dois novos medicamentos para tratar o hiperparatireoidismo secundário, oriundo de doença renal crônica: paracalcitol e cinacalcete (Foto ilustrativa: Free Images)
O SUS vai disponibilizar dois novos medicamentos para tratar o hiperparatireoidismo secundário, oriundo de doença renal crônica: paracalcitol e cinacalcete (Foto ilustrativa: Free Images) FOTO: O SUS vai disponibilizar dois novos medicamentos para tratar o hiperparatireoidismo secundário, oriundo de doença renal crônica: paracalcitol e cinacalcete (Foto ilustrativa: Free Images)

O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberaram novos tratamentos para pacientes com hiperparatireoidismo secundário, câncer renal e melanoma. Agora, o Sistema Único de Saúde (SUS) vai disponibilizar dois novos remédios para tratar o hiperparatireoidismo secundário, oriundo de doença renal crônica: paracalcitol e cinacalcete. Os medicamentos são indicados para quem precisa passar por diálise ou que seja reincidente no tratamento convencional.

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Estudos apresentados à Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias ao SUS (Conitec) revelam que os dois medicamentos mostraram uma redução de 50% nos níveis de PTH - hormônios, que controlam os níveis de cálcio, vitamina D e fósforo no sangue e nos ossos.

Os resultados também sugeriram que o medicamento paricalcitol pode reduzir os riscos de hospitalização. Além disso, as pesquisas apontaram uma taxa maior de sobrevida ao pacientes, se comparado com outros tratamentos.

O hiperparatireoidismo secundário é oriundo de doença renal crônica, que se caracteriza por um desequilíbrio, principalmente dos níveis de paratormônio (PTH), vitamina D, cálcio e fósforo presentes no sangue e nos tecidos. Nesses pacientes, as glândulas passam a liberar no sangue uma quantidade de PTH maior do que a adequada, que é de 150 a 300 pg/ml.

No Brasil, em 2014, cerca de 45 mil pacientes apresentavam nível de PTH acima do normal (acima de 300 pg/ml), segundo o censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Geralmente os sintomas clínicos mais frequentes são: dores nos ossos e nas articulações, fraturas, deformações esqueléticas e ruptura de tendões, entre outros. Além disso, o HPTS aumenta o risco de complicações cardiovasculares e morte.

Câncer renal e melanoma

Para os pacientes com câncer renal, a Anvisa autorizou o uso do Opdivo (nivolumabe), um anticorpo monoclonal de imunoglobulina G4 (IgG4) totalmente humano que se liga ao receptor de morte programada 1 (PD-1) e bloqueia sua interação com PD-L1 e PD-L2. Opdivo potencializa as respostas das células T, incluindo respostas antitumorais, por meio do bloqueio da ligação de PD-1 aos ligantes PD-L1 e PD-L2.

Além disso, a agência também liberou o registro do Mekinist (dimetilsulfóxido de trametinibe) na forma de comprimido para o tratamento de melanomas. O melanoma cutâneo é a forma mais agressiva de todos os cânceres de pele, com aproximadamente 232 mil novos casos e aproximadamente 55 mil mortes relacionadas à doença mundialmente a cada ano.