Recife e outras 8 capitais estão em situação de alerta para surto de dengue, chicungunha e zika

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 24/11/2016 às 14:06
Segundo Ministério da Saúde, os depósitos de água, como tonéis, tambores e caixas d'água, foram o principal tipo de criadouro no Nordeste (Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem)
Segundo Ministério da Saúde, os depósitos de água, como tonéis, tambores e caixas d'água, foram o principal tipo de criadouro no Nordeste (Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem) FOTO: Segundo Ministério da Saúde, os depósitos de água, como tonéis, tambores e caixas d'água, foram o principal tipo de criadouro no Nordeste (Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem)

Levantamento do Ministério da Saúde, realizado em conjunto com os municípios brasileiros, aponta que 855 cidades encontram-se em situação de alerta e risco de surto de dengue, chicungunha e zika. Isso representa 37,4% dos municípios pesquisados, enquanto que 62,8% dos municípios (1.429) estão em situação satisfatória. Os dados fazem parte do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2016 divulgados pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, nesta quinta-feira (24).

Das 22 capitais que informaram sobre o LIRAa ao Ministério da Saúde, apenas Cuiabá (MT) está em situação de alto risco de epidemia das arboviroses. Além disso, são nove as capitais em alerta: Aracajú (SE), Salvador (BA), Rio Branco (AC), Belém (PA), Boa Vista (RR), Vitória (ES), Goiânia (GO), Recife (PE) e Manaus (AM). Outras 12 estão em situação satisfatória: São Luiz (MA), Palmas (TO), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Teresina (PI), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Macapá (AP), Florianópolis (SC), Campo Grande (MS) e Brasília (DF). O Ministério da Saúde não recebeu informação sobre Maceió (AL), Porto Velho (RO) e Curitiba (PR). As cidades de Natal (RN) e Porto Alegre (RS) adotam outro tipo de metodologia.

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Segundo o Ministério da Saúde, a campanha deste ano para combate ao mosquito transmissor das três doenças. A nova campanha chama a atenção para as consequências causadas pelas arboviroses (dengue, chicungunha e zika), além da importância de eliminar os focos do Aedes.

“Para este ano, esperamos uma estabilidade nos casos de dengue e zika. Como chicungunha é uma doença nova, e muitas pessoas ainda estão suscetíveis, pode ocorrer aumento de casos ainda este ano. Porém, para o próximo, também esperamos estabilização dos casos de chicungunha” explicou o ministro Ricardo Barros. Ele ressaltou, no entanto, que o Sistema Único de Saúde (SUS) está qualificado e preparado para o atendimento dessas pessoas.

Dos 3.704 municípios que estavam aptos a realizar o LIRAa  - aqueles que possuem mais de 2 mil imóveis - 62,6% (2.284) participaram da edição deste ano. Em comparação com 2015, houve um aumento de 27,3% em relação ao número de municípios participantes. Realizado em outubro e novembro deste ano, o levantamento é um instrumento fundamental para o controle do mosquito Aedes aegypti. Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os tipos de depósito onde as larvas foram encontradas e, consequentemente, priorizar as medidas mais adequadas para o controle do Aedes no município.

Obrigatoriedade

Atualmente, o levantamento é feito a partir da adesão voluntária de municípios. O ministro Ricardo Barros, no entanto, vai propor que a participação, no levantamento, dos municípios com mais de 2000 imóveis seja obrigatória, a partir de 2017. A proposta será apresentada na reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) entre Estados, municípios e União, no próximo dia 8 de dezembro.