Câncer de mama em homens representa 1% de todos os casos da doença

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 22/10/2016 às 8:44
"A minha esposa me deu muito apoio durante a realização dos exames e todo o tratamento. E foi assim que eu comecei a reagir. Hoje me sinto bem, continuo a fazer exames e sigo uma alimentação saudável", relata José Carlos de Albuquerque, ao lado da esposa, Geralda de Albuquerque (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)
"A minha esposa me deu muito apoio durante a realização dos exames e todo o tratamento. E foi assim que eu comecei a reagir. Hoje me sinto bem, continuo a fazer exames e sigo uma alimentação saudável", relata José Carlos de Albuquerque, ao lado da esposa, Geralda de Albuquerque (Foto: Diego Nigro/JC Imagem) FOTO: "A minha esposa me deu muito apoio durante a realização dos exames e todo o tratamento. E foi assim que eu comecei a reagir. Hoje me sinto bem, continuo a fazer exames e sigo uma alimentação saudável", relata José Carlos de Albuquerque, ao lado da esposa, Geralda de Albuquerque (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)

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Há cerca de três anos, o mecânico aposentado José Carlos Soares de Albuquerque, 63 anos, decidiu procurar um médico após sentir um caroço no peito. O especialista logo solicitou uma ultrassonografia e o encaminhou para uma mastologista, que pediu mais exames para analisar com detalhes o nódulo. Depois da mamografia e biópsia, o câncer de mama foi diagnosticado. “Como homem, logo questionei: como isso pode acontecer?”, relembra José Carlos, que passou pela mastectomia (cirurgia de remoção completa da mama esquerda), seguida por 16 sessões de quimio e outras 32 de radioterapia. Atualmente, o tratamento dele inclui a hormonioterapia (utilizada em pacientes cujas células tumorais se mostram sensíveis à ação dos hormônios). “É um comprimido que tomo todos os dias para não voltar a ter células cancerígenas. E farei isso por cinco anos.”

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O caso dele chama a atenção para a raridade do câncer de mama em homens, que representa apenas 1% do total de todos os diagnósticos da doença. Ou seja, estima-se que, para cada 100 casos novos do tumor nas mulheres, apenas um é encontrado na população masculina. A questão é que, por se incomum, esse tipo de tumor geralmente é detectado em fases avançadas, quando as chances de cura diminuem. É por isso que, diante de qualquer alteração na mama, os homens devem procurar um médico para ser feita uma investigação.

"Cerca de 1% dos casos de câncer de mama é detectado em homens. E se eles têm filhas, elas precisam passar por um rastreamento para pacientes de alto risco", recomenda a radiologista Beatriz Maranhão, especialista em imagem e biópsia da mama (Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem) "Cerca de 1% dos casos de câncer de mama é detectado em homens. E se eles têm filhas, elas precisam passar por um rastreamento para pacientes de alto risco", recomenda a radiologista Beatriz Maranhão, especialista em imagem e biópsia da mama (Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem)

“Muitas das alterações palpáveis nos homens são benignas. Mas é preciso investigá-las. Quando o diagnóstico da doença é positivo, a ficha deles demora mais a cair”, explica a médica Beatriz Maranhão, da clínica Lucilo Maranhão Diagnósticos. Especialista em imagem e biópsia da mama, ela acrescenta que o tratamento da doença depende do tipo do tumor e geralmente é conduzido por uma equipe multiprofissional, que inclui mastologista e oncologista. Além disso, a terapêutica é semelhante à que é recomendada para as mulheres com a doença.

MASTECTOMIA

“O detalhe é que, no homem, geralmente é difícil fazer uma cirurgia conservadora (aquela em que parte da mama é mantida) porque, no momento do diagnóstico, o tumor já tem englobado toda a glândula mamária. Assim, na maioria dos casos, é necessário indicar a mastectomia”, ressalta o chefe do Serviço de Mastologia e Reconstrução Mamária do Hospital Barão de Lucena (HBL), Darley Ferreira. Ele informa que, na unidade de saúde, foram detectados dois casos de câncer de mama entre homens este ano. “Isso mostra como se trata de uma raridade. E a média de idade do diagnóstico é em torno dos 60 anos. Na mulher, a doença incide mais entre 45 e 55 anos”, finaliza o mastologista.

Infográfico - Câncer de mama em homens