Medo de descobrir doenças afasta homens das unidades de saúde

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 07/09/2016 às 15:20
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homem Mais da metade dos homens no Brasil não têm hábito de ir a serviços de saúde porque acreditam que não precisam desse tipo de atendimento (Foto: Free Images)

O medo de descobrir problemas de saúde é um dos principais fatores que engrossam as estatísticas relativas a adoecimento e mortalidade entre os homens. Por receio de receber o diagnóstico de doenças, eles evitam ir a unidades de saúde e até mesmo de fazer testes que fazem parte do rastreamento do câncer de próstata, segundo o médico Ricardo Lyra, coordenador e preceptor do Serviço de Andrologia do Hospital Getúlio Vargas. “Após a realização de um exame de toque, por exemplo, percebo que os homens saem mais aliviados (quando recebem a informação de que estão bem de saúde) do que envergonhados. A maioria deles evita o procedimento por medo de saber que têm um câncer com o qual não saberiam lidar”, diz Ricardo, também diretor do Andros Recife, centro de assistência à saúde integral masculina que fica no Pina, Zona Sul da cidade.

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Outro detalhe, segundo inquérito divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde e que ouviu 6.141 homens, é que mais da metade (55%) da população masculina no Brasil não têm hábito de ir a serviços de saúde porque acreditam que não precisam desse tipo de atendimento. Por causa dessa conduta, o homem perde a chance de realizar consultas de rotina capazes de detectar doenças em estágio inicial – fase em que há maiores chances de cura e controle de problemas de saúde.

Ricardo Lyra (Foto: André Nery/JC Imagem) Para o andrologista Ricardo Lyra, os homens evitam ir a unidades de saúde por receio de receber o diagnóstico de doenças e até mesmo de fazer testes, como os que fazem parte do rastreamento do câncer de próstata (Foto: André Nery/JC Imagem)

Para melhorar essa percepção do homem em relação ao autocuidado, o Ministério da Saúde lançou este mês o Guia do Pré-Natal do Parceiro e o Guia da Saúde do Homem para agentes comunitários. O objetivo é aproveitar o momento em que o homem está mais próximo do serviço de saúde, ao acompanhar a parceira no pré-natal, para que ele adote hábitos saudáveis e realize exames preventivos.

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